O vereador Roberto Sabino (Republicanos) apresentou o Projeto de Lei (PL) Nº 338/2025, que propõe reconhecer a saudação “A Paz do Senhor Jesus” como patrimônio cultural de natureza imaterial do município de Manaus.

A proposta foi aprovada em maio e deliberada em sessão plenária na terça-feira (22), na Câmara Municipal de Manaus (CMM). No entanto, a iniciativa gerou críticas nas redes sociais, com parte da população questionando a relevância do projeto diante dos problemas enfrentados pela cidade.

“Vereador não é influenciador. Sua função é clara: legislar, fiscalizar e julgar as contas do prefeito. Quando isso é esquecido, quem paga é a população.” Outros ainda afirmaram: “A profissão de vereador deveria deixar de existir ou, ao menos, diminuir o número de vereadores. É só gasto inútil de dinheiro público”.

De acordo com Roberto Sabino, a saudação “A Paz do Senhor Jesus” representa uma prática cultural significativa para a comunidade evangélica, promovendo fraternidade, respeito e solidariedade.

O parlamentar destaca que, em Manaus, estima-se que cerca de 55,7% dos eleitores se identificam como evangélicos, e o número de igrejas evangélicas na cidade aumentou consideravelmente nas últimas duas décadas.

O vereador também defendeu que o projeto não fere o princípio do Estado laico, pois não impõe uma religião, mas reconhece uma prática cultural comum entre uma parte significativa da população.

CMM em baixa avaliação

Vale destacar que a CMM vem enfrentando um baixo nível de aprovação e confiança, com uma das piores avaliações da instituição em sua história recente. Isso foi apontado pela pesquisa de opinião pública realizada pelo Instituto Perspectiva Mercado e Opinião, divulgada na última segunda-feira (20).

A pesquisa ouviu 1.000 eleitores de 60 bairros de Manaus entre os dias 13 e 18 de outubro, com margem de erro de 3,1 pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Os dados indicam que a maioria dos cidadãos não acompanha as atividades do Legislativo, presidido pelo vereador David Reis (Avante), e avalia negativamente o desempenho da CMM.

Desconhecimento

Segundo o levantamento, 93,4% dos entrevistados afirmaram não saber onde encontrar informações sobre as leis e atividades da CMM, enquanto apenas 6,6% disseram conhecer essas fontes.

A falta de interesse também se reflete na participação: 96% dos entrevistados nunca assistiram a uma sessão, seja presencialmente ou online. Apenas 3,3% afirmaram ter comparecido presencialmente, e 0,7% acompanharam as sessões pela internet.

No quesito transparência, 54% dos participantes afirmaram que a Câmara “nunca” é transparente em suas decisões e gastos públicos. Outros 30,1% não souberam ou não opinaram, 11,6% disseram “raramente”, 3,8% apontaram “às vezes” e apenas 0,5% consideram que o Legislativo “sempre” age de forma transparente.

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