O governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), afirmou, nesta quinta-feira (30), que não irá ao Rio de Janeiro acompanhar outros governadores da direita que pretendem apoiar Cláudio Castro (PL) após a megaoperação realizada nos complexos do Alemão e da Penha, que resultou na morte de 121 pessoas.

A afirmação foi feita durante a reunião do Conselho de Desenvolvimento do Estado do Amazonas (Codam), onde o governador destacou que operações policiais de grande porte devem ser planejadas de forma conjunta entre estados, municípios e o Governo Federal.

“O combate ao crime organizado deve ser uma ação cooperativa em vários níveis de governo estadual, municipal e federal, com a população engajada nesse processo. Foi assim que temos atuado com segurança, firmeza e resultados. No ano passado, por exemplo, tivemos um recorde de apreensão de drogas, com 43 toneladas”, afirmou o governador.

Amazonenses mortos na operação

Wilson Lima ressaltou que o governo do Amazonas segue acompanhando de perto os desdobramentos da operação policial e está em contato direto com o setor de inteligência do Rio de Janeiro sobre os corpos de amazonenses mortos durante a megaoperação, que ainda não foram identificados.

“Não temos números oficiais ainda, pois está em andamento o processo de identificação dos corpos no Instituto Médico Legal do Rio de Janeiro. Porém, estamos em contato direto com o setor de inteligência do Rio e avaliando as consequências que isso possa ter para o Amazonas”, declarou Lima.

O governador afirmou que o Amazonas mantém a cooperação com o Rio de Janeiro, lembrando que duas operações conjuntas foram realizadas para o cumprimento de mandados de prisão de traficantes.

Também foi destacado o trabalho rigoroso das forças de segurança no combate ao tráfico de drogas nos rios amazônicos, especialmente na rota do Solimões, considerada uma das mais visadas internacionalmente.

Ao comentar a ação policial realizada no bairro Compensa, na noite de quarta-feira (29), para impedir o foguetório em “homenagem aos mortos no Rio”, o governador disse ter determinado o reforço policial para garantir a segurança da população durante o deslocamento para casa.

“Ontem, acompanhando toda essa situação, me reuni no CICC com o secretário de Segurança e os comandantes de todas as forças para reforçar a segurança, especialmente na volta das pessoas para casa, e evitar qualquer manifestação desses grupos criminosos ou ações que gerassem medo na população”, destacou o gestor.

Polícia impede homenagem

Integrantes do Comando Vermelho (CV) tentaram realizar uma homenagem, aos criminosos mortos durante a megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, na terça-feira (28), mas foram impedidos pela polícia. A ação gerou tumulto e intensa movimentação policial no bairro Compensa, zona Oeste de Manaus.

De acordo com testemunhas, o grupo tentou fechar a rua São João para promover a homenagem aos criminosos amazonenses mortos no confronto no Rio. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver diversas viaturas da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam) e do Batalhão de Choque chegando ao local.

A Polícia Militar informou que reforçou o policiamento na área após o episódio. Até o momento, não há informações sobre feridos ou prisões.

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