Chefes do Comando Vermelho (CV) que atuam no Amazonas estão escondidos em comunidades dos complexos da Penha e do Alemão, no Rio de Janeiro. Lá, eles pagam entre R$ 50 mil e R$150 mil por mês a traficantes cariocas para garantir proteção e seguir controlando o tráfico em Manaus.

A informação foi confirmada pelo secretário de Segurança Pública do Amazonas, Marcus Vinícius Almeida, que classificou essas áreas como “condomínios do crime”.

Segundo ele, os 13 principais líderes do CV no estado estão refugiados nessas comunidades, entre eles Sílvio Andrade Costa, o “Barriga”, e Kaio Wuellington Cardoso dos Santos, o “Mano Kaio”, ambos foragidos.

Durante a megaoperação policial no Rio de Janeiro, ao menos nove amazonenses foram identificados entre os mortos, mas nenhum deles era um dos chefes da facção. De acordo com o Ministério Público do Amazonas (MPAM), eles tinham papel de comando em áreas de Manaus e da Região Metropolitana.

Mesmo foragidos, muitos desses criminosos continuavam ordenando execuções e o tráfico à distância, segundo o promotor Leonardo Tupinambá, coordenador do Gaeco. “Matam com uma facilidade impressionante, com requintes de crueldade”, afirmou.

O MP estima que o Comando Vermelho domina cerca de 90% dos territórios do Amazonas, com forte presença também no Pará e na rota do rio Solimões, usada para o transporte de drogas.

A SSP-AM aponta que a migração de líderes para o Rio aumentou nos últimos dois anos, após prisões de grandes nomes fora do estado.

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