A maior ecobarreira de Manaus começou a funcionar nesta quinta-feira (7) no igarapé do Educandos, nas proximidades da feira da Panair, Zona Sul da cidade. Com três módulos de 12 metros, a estrutura amplia para 12 o total de ecobarreiras instaladas pela Prefeitura e reforça o combate ao lixo fluvial antes que os resíduos cheguem ao rio Negro. O ponto é considerado uma das áreas mais críticas de descarte irregular de resíduos na capital.
As ecobarreiras, segundo a administração municipal, têm mostrado como o lixo doméstico descartado de forma incorreta acaba nos igarapés. “O igarapé não está sujo por natureza. Ele se suja quando chove, porque o lixo vai parar na água. A consciência ambiental de cada morador é essencial para manter nossos mananciais limpos”, afirmou o prefeito David Almeida, ao acompanhar a instalação.
O projeto faz parte das ações ambientais que Manaus apresentará na COP30, em Belém. Entre os destaques, estão a transição energética no novo aterro sanitário — que vai transformar metano em biometano para abastecer caminhões de coleta —, a implantação de uma usina fotovoltaica, a recuperação de lagoas com a planta beru e o reaproveitamento da água tratada das lagoas de chorume.
Essas iniciativas constam no livro oficial que será levado à conferência e apresentam soluções desenvolvidas na Amazônia para conter a poluição dos rios. As ecobarreiras já estão instaladas em 11 pontos da capital, como o Passeio do Mindu, avenida do Samba, igarapé da Sapolândia, igarapé do Franco, igarapé do Quarenta, entre outros.

De acordo com o titular da Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Semulsp), Sabá Reis, o sistema impediu que quase 8 mil toneladas de lixo chegassem ao rio Negro nos últimos 26 meses. “Antes, retirávamos até 700 toneladas por mês diretamente do rio. Hoje, seguramos entre 250 e 300 toneladas nos igarapés. É uma ação simples, eficiente e que se tornou um ativo ambiental da cidade”, disse.
Além das ecobarreiras, Manaus investe em outras medidas de sustentabilidade, como o plantio de 6 mil mudas de árvores em 2025, a renovação da frota de ônibus com veículos Euro 6 — que reduzem em até 75% a emissão de poluentes — e a execução dos planos municipais de mudanças climáticas, saneamento e arborização.
O Banco Mundial estima que as políticas ambientais em curso podem gerar até 500 milhões de dólares em remuneração pelos serviços prestados à natureza até 2028. “Manaus não vai à COP para prometer o que fará, mas para mostrar o que já está fazendo”, destacou o prefeito.

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