Um casal foi preso preventivamente após obrigar o próprio filho, de apenas um ano e meio, a comer fezes de cachorro como forma de castigo. Além disso, o homem e a mulher também torturavam os sobrinhos, de 12 e 13 anos, submetendo as crianças a agressões físicas, abusos e humilhações constantes.
As prisões ocorreram na tarde de terça-feira (11/11), durante a Operação Binômio do Mal, deflagrada pela Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Criança e Idoso de Várzea Grande, em Mato Grosso.
Tortura, racismo e abuso sexual
De acordo com as investigações, o tio paterno das vítimas e sua esposa viviam na mesma residência das crianças e praticavam uma série de crimes de tortura, estupro de vulnerável, injúria racial, lesão corporal grave e satisfação de lascívia mediante presença de menor.
Os adolescentes eram constantemente agredidos com tapas, beliscões e golpes com cabos de vassoura e pregos, o que causava ferimentos graves e sofrimento físico e psicológico.
Além da violência física, os tios obrigavam os sobrinhos a permanecerem trancados em um quarto enquanto mantinham relações sexuais, ameaçando-os de morte caso contassem o que viam.
Ameaças e humilhações
As crianças eram ameaçadas constantemente. Os suspeitos diziam que “cortariam a cabeça da mãe” das vítimas e a levariam para o mato, caso elas falassem algo. Quando choravam, a mulher sufocava os menores para impedir os pedidos de socorro.
Os adolescentes também eram vítimas de racismo e humilhações, sendo chamados por apelidos de cunho discriminatório e degradante. Segundo a polícia, os suspeitos usavam drogas na frente das crianças e chegaram a oferecer entorpecentes a elas.
Crueldade extrema e negligência
Em março deste ano, uma das vítimas se feriu jogando futebol, mas a suspeita impediu o tratamento médico, escondendo o caso da mãe. Em outro episódio, ela enfiou um prego nas costas do sobrinho durante uma agressão.
A mulher também matou a cachorra da família na frente das crianças, em um ato de extrema crueldade. O próprio filho do casal, um bebê de um ano e meio, também era espancado e obrigado a comer fezes de cachorro como punição.
Além dos crimes cometidos contra as crianças, a mulher ameaçava por mensagens de WhatsApp uma filha de consideração da mãe dos meninos, dizendo que “pegaria um por um” da família.
Prisões e investigação
A delegada Jéssica Cristina de Assis representou pela prisão preventiva do casal, que foi deferida pela Justiça e cumprida na terça-feira (11). Após o cumprimento do mandado, os suspeitos foram levados à Delegacia da Mulher, Criança e Idoso, onde prestaram depoimento e ficaram à disposição da Justiça.
