Um homem foi morto e outros três ficaram feridos em um ataque terrorista a faca nesta terça-feira (18) na Cisjordânia ocupada, segundo autoridades de Israel.

O Exército de Tel Aviv afirmou que recebeu um chamado relatando que os agressores atropelaram pedestres com um veículo no entroncamento de Gush Etzion, perto de Jerusalém. Em seguida, eles esfaquearam várias pessoas antes de serem mortos a tiros por forças de segurança no local. Tropas cercaram as aldeias da região, segundo as Forças de Defesa de Israel (FDI).

Paramédicos e uma equipe médica do Exército “constataram a morte de um homem de 30 anos com um ferimento por arma branca e encaminharam três feridos” a dois hospitais de Jerusalém, informou o Magen David Adom (MDA), equivalente israelense da Cruz Vermelha.

Entre os feridos estão uma mulher na faixa dos 40 anos, em estado grave, um homem de 30 anos e um adolescente de cerca de 15 anos, ambos em condição moderada, acrescentou o MDA. As identidades das vítimas não foram divulgadas.

O Hospital Hadassah Ein Kerem relatou que a mulher, de 55 anos, está em estado grave após sofrer ferimentos por arma de fogo na parte inferior do corpo e passa por cirurgia. Segundo a imprensa israelense, ela foi aparentemente atingida por engano pelos próprios disparos das tropas israelenses.

Forças de Israel cercam aldeias e investigam explosivos

O Exército afirmou ter encontrado diversos materiais explosivos no veículo usado pelos agressores e disse que especialistas da Polícia de Fronteira desarmam os artefatos.

Segundo as Forças Armadas, tropas bloqueiam estradas, cercam aldeias palestinas próximas e fazem varreduras na região.

A Autoridade Palestina de Assuntos Civis identificou os agressores como os palestinos Imran al-Atrash e Walid Sabbarna, ambos de 18 anos e da região de Hebron, afirmando que as forças israelenses “estão retendo seus corpos”.

Reações do Hamas e do Jihad Islâmico

O grupo terrorista Hamas saudou os autores do ataque. “O heroico ataque por atropelamento e esfaqueamento ocorrido perto do assentamento de Gush Etzion, ao sul de Belém, é uma resposta natural às tentativas de (Israel) liquidar a causa palestina e à escalada da agressão cometida por soldados e colonos na Cisjordânia e em Jerusalém”, afirmou a organização em comunicado.

Outra facção palestina, o Jihad Islâmico, também elogiou os agressores. “Essas operações heroicas são uma resposta aos crimes incessantes das gangues de colonos e do Exército de ocupação contra nosso povo”, declarou o grupo.

Reação israelense

Yaron Rosenthal, chefe do conselho regional de Gush Etzion, prometeu em vídeo gravado no local do ataque que os moradores da região, “junto com o Exército, farão os terroristas e toda a sua comunidade pagar um preço muito alto”.

O Conselho Yesha, que representa todos os assentamentos israelenses na Cisjordânia, atribuiu o ataque à recusa do governo israelense em anexar o território palestino. “Quando o Estado de Israel permite silenciosamente um ‘caminho para um Estado palestino’, o terrorismo volta a erguer a cabeça”, disse o conselho.

Crescimento da violência na Cisjordânia

A violência na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967, aumentou desde os ataques terroristas do Hamas contra Israel, que iniciaram a guerra em Gaza em outubro de 2023.

Desde então, ao menos 1.007 palestinos foram mortos na Cisjordânia por forças israelenses ou colonos, segundo o Ministério da Saúde palestino.

No mesmo período, 43 israelenses, incluindo soldados, morreram em ataques palestinos na Cisjordânia, de acordo com números oficiais de Israel.

(*) Com informações da Folha de S.Paulo

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