Crianças e adolescentes serão protagonistas na Mostra Tecnológica Manaós Tech 2025, apresentando projetos que oferecem soluções sustentáveis para problemas enfrentados por comunidades ribeirinhas, como desastres climáticos. O evento gratuito acontece no dia 29 de novembro, das 8h30 às 12h, no Casarão de Inovação Cassina, Centro de Manaus.
Todos os projetos foram desenvolvidos por alunos de 7 a 16 anos, com orientação de professores, utilizando como referência os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU.
“Desde 2017, a Manaós Tech for Kids fomenta o ecossistema de inovação educacional por meio dessas Mostras. Esse evento tangibiliza o esforço conjunto de alunos e educadores, provando que a inovação não tem idade. O nosso foco é despertar nestes jovens, o quanto antes, a visão de que a tecnologia é um meio poderoso para solucionar problemas reais e construir um mundo melhor por meio de suas próprias criações”, explica Glauco Aguiar, CEO da Manaós Tech.
Projetos em destaque
Entre os projetos que serão apresentados estão:
- AmazonBot: tecnologia criada por alunos de 9 a 11 anos para reduzir acidentes com trabalhadores que colhem açaí.
- Água Potável – Da Tecnologia à Conscientização: filtro artesanal inteligente e de baixo custo para comunidades ribeirinhas durante secas extremas.
- Caipora – Detector Inteligente de Incêndios Florestais: protótipo que detecta incêndios usando sensores de calor, fumaça e gases inflamáveis, auxiliando no combate ao desmatamento.
AmazonBot: segurança e inovação
O AmazonBot foi criado pela turma Padawan Maker, que incentiva alunos a desenvolverem seus próprios inventos. O projeto surgiu da preocupação com a saúde e segurança dos peconheiros, trabalhadores que colhem açaí e enfrentam grandes riscos.
“Trata-se de um protótipo que foi inspirado em um produto já existente no mercado que surgiu por meio de uma iniciativa de uma empresa do Pará. Porém, o projeto de nossos alunos é inovador porque leva automação e tecnologia para dentro da bioeconomia amazônica. Eles (alunos) construíram tudo sem molde, apenas tendo como referência o produto já existente no mercado”, conta orgulhosa, Aline Ribeiro, professora da Manaós Tech.
O protótipo foi feito com impressão 3D e controlado por ESP32, microcontrolador com Wi-Fi e Bluetooth, que pode ser operado via aplicativo móvel desenvolvido pelos próprios alunos.
“Nesse caso, os alunos também desenvolveram um aplicativo responsável pelo controle e funcionamento do protótipo e, assim, é possível realizar a coleta de açaí que é uma das cadeias produtivas mais simbólicas da região”, acrescenta a professora Aline.
Segundo ela, o projeto usa tecnologias de baixo custo para aumentar produtividade, reduzir esforço físico e fortalecer uma economia mais sustentável.
O pequeno inventor Arthur Sampaio Oliveira, de 9 anos, destaca a segurança proporcionada pelo robô:
“A gente queria ajudar as pessoas que moram na beira dos rios e por isso, pensamos em criar um robôzinho que sobe nas árvores para fazer a colheita do açaí. Assim, ninguém precisa subir tão alto, o que deixa tudo mais seguro. Foi muito legal ver a nossa ideia funcionando de verdade. Eu não imaginei que conseguiria fazer algo assim, mas descobri que a tecnologia pode ajudar muita gente e vai facilitar a vida dos ribeirinhos. Então, isso me deixa muito orgulhoso.”
Água Potável – da Tecnologia à Conscientização
O projeto combina engenharia maker, microcontroladores e educação ambiental para auxiliar comunidades ribeirinhas a terem acesso à água limpa.
“É um projeto que fortalece a autonomia comunitária e combate diretamente os impactos climáticos, como a contaminação hídrica com o prolongamento da estiagem”, ressalta o professor Mauro Silva.
O aluno Lucas Honda, 9 anos, explica a ideia:
“Eu e minha turma, juntos com o nosso professor, desenvolvemos um projeto de filtro de água que serve para que as pessoas possam beber água de maneira mais saudável. Esse projeto foi pensado nas comunidades ribeirinhas. A gente conseguiu pesquisar e desenvolver um filtro de água caseiro, bem fácil de fazer. Tudo foi pensado nas dificuldades das comunidades ribeirinhas, já que um dos problemas é a água potável.”
Tecnologia para o futuro da região
Glauco Aguiar, CEO da Manaós Tech, reforça que a tecnologia é essencial para o desenvolvimento da região:
“Daqui a alguns anos, essas crianças estarão desenvolvendo tecnologias de ponta, profissionalmente, que irão melhorar a vida da sociedade podendo modificar bastante a economia da nossa região.”
(*) Com informações da assessoria
Leia mais: O avanço da educação tecnológica na Amazônia
