A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolou um pedido ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para autorizar a internação nesta quarta-feira (24) e a realização de cirurgia no hospital DF Star, em Brasília, na quinta-feira (25), feriado de Natal.
Segundo o pedido, Bolsonaro passará por cirurgia para correção de duas hérnias inguinais. No dia 24, ele fará a preparação pré-operatória e, no dia seguinte, os médicos realizarão o procedimento.
Pedido da defesa e acompanhantes
Além disso, a defesa solicitou que Michelle Bolsonaro atue como acompanhante principal. Os advogados também pediram autorização para que os filhos Flávio e Carlos acompanhem o ex-presidente como acompanhantes secundários, mediante aval de Alexandre de Moraes.
Aval do STF e exigências
O ministro já autorizou a cirurgia após a Polícia Federal realizar perícia médica e confirmar a existência das duas hérnias. No entanto, Moraes exigiu que a defesa apresente um cronograma detalhado do procedimento, incluindo datas, horários e etapas do tratamento.
Na mesma decisão, o ministro negou o pedido de conversão da pena em prisão domiciliar. Segundo ele, a legislação prevê esse benefício apenas para condenados em regime aberto, o que não se aplica ao caso de Bolsonaro.
Exames e autorização da cirurgia
Exames de ultrassonografia realizados em 14 de dezembro identificaram duas hérnias inguinais. Diante disso, os médicos indicaram a cirurgia como o único tratamento definitivo.
No dia seguinte, a defesa pediu autorização para a realização do procedimento. Em seguida, Moraes determinou que peritos da Polícia Federal analisassem os exames e os laudos médicos. Além disso, o ministro exigiu que Bolsonaro passasse por nova perícia, realizada em 17 de dezembro.
Em 19 de dezembro, Moraes autorizou a cirurgia, classificando o procedimento como eletivo. Ainda assim, o laudo da Polícia Federal recomendou que a cirurgia ocorra o quanto antes, diante da piora do quadro clínico e do risco de complicações.
Situação prisional de Bolsonaro
Bolsonaro está preso desde 22 de novembro, após violar as regras do uso da tornozeleira eletrônica. Três dias depois, em 25 de novembro, ele iniciou o cumprimento da pena de 27 anos e três meses, no processo que investiga a trama golpista.
Diagnóstico de hérnia inguinal bilateral
A perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal concluiu que Bolsonaro apresenta hérnia inguinal bilateral, condição que afeta ambos os lados da região da virilha.
A hérnia ocorre quando parte do intestino ou outro tecido interno atravessa um ponto enfraquecido da musculatura abdominal. Como resultado, surge um inchaço que pode causar dor e desconforto.
Exames realizados em agosto de 2025 não indicaram hérnias. No entanto, em novembro, médicos detectaram o problema em apenas um lado. Posteriormente, novos relatórios confirmaram o diagnóstico e exames de imagem, feitos em dezembro, mostraram o comprometimento dos dois lados.
Segundo os peritos, a piora do quadro pode estar associada ao aumento da pressão abdominal, além de episódios persistentes de soluços e tosse crônica relatados por Bolsonaro. Os médicos também observaram dor na região da virilha, dificuldade para dormir e problemas alimentares. Até o momento, não surgiram complicações graves.
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