O hospital onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está internado informou, em boletim médico, que ele iniciou o processo de recuperação após a cirurgia para correção de uma hérnia. Segundo o comunicado, Bolsonaro realiza sessões de fisioterapia e recebe medicação para prevenir trombose.
“Iniciou reabilitação com fisioterapia, otimização de analgesia e medidas farmacológicas para prevenção de trombose”, afirma o boletim.
A cirurgia ocorreu na quinta-feira (25) para tratar uma hérnia inguinal bilateral. O procedimento ocorreu após solicitação da defesa e autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, concedida na terça-feira (22). A operação teve duração aproximada de três horas e meia.
Médicos ajustam medicações para soluço e refluxo
A equipe médica informou ajustes nos medicamentos utilizados para o controle de soluços e do refluxo gastroesofágico.
“Foram realizados ajustes das medicações para soluço e para doença do refluxo gastro-esofágico. No dia de hoje, não há previsão de novos exames complementares ou procedimentos”, registraram os médicos.
Segundo os profissionais responsáveis, a cirurgia transcorreu conforme o esperado, sem complicações, e Bolsonaro permanece no quarto.
“Procedimento cirúrgico realizado hoje transcorreu de acordo com o previsto, que foi uma hérnia inguinal bilateral dos dois lados, então o presidente tinha uma hérnia do tipo mista, direta e indireta e foi corrigida”, afirmou o cirurgião Cláudio Birolini a jornalistas. “Foi feita um reforço da parede abdominal e foi colocada uma tela de material plástico”, completou a nota.
Alexandre de Moraes autorizou a internação e a realização da cirurgia na quinta-feira (25), diante do diagnóstico de hérnia inguinal bilateral e de episódios recorrentes de soluço.
Bolsonaro deu entrada no Hospital DF Star, em Brasília, na quarta-feira (24). Conforme a equipe médica da Polícia Federal, o procedimento foi classificado como eletivo, sem caráter de urgência, mas indicado para evitar agravamento do quadro clínico.
Perícia confirmou necessidade de cirurgia
Antes da operação, Bolsonaro passou por perícia médica conduzida pelo Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal. O laudo confirmou a presença de hérnia inguinal bilateral e indicou a necessidade de intervenção cirúrgica.
Embora classificada como eletiva, a perícia recomendou que a cirurgia fosse realizada “o mais breve possível”, para prevenir a progressão do problema.
O documento apontou “piora progressiva” do quadro, possivelmente relacionada ao “aumento da pressão intra-abdominal decorrente dos soluços e da tosse crônica”.
Na mesma decisão, Moraes negou o pedido de prisão domiciliar apresentado pela defesa. O ministro citou “total ausência dos requisitos legais” e mencionou “reiterados descumprimentos das medidas cautelares” e a existência de “atos concretos visando a fuga”.
A defesa formalizou o pedido para o agendamento da cirurgia apenas nesta terça-feira. Bolsonaro está custodiado na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, após violar a tornozeleira eletrônica. Ele admitiu tentativa de danificar o equipamento.
Três dias depois, Moraes determinou o início do cumprimento de pena superior a 27 anos de reclusão no mesmo local.
Íntegra do boletim médico
“O ex-presidente Jair Messias Bolsonaro encontra-se internado no hospital DF Star, em cuidados pós-operatórios de herniorrafia inguinal bilateral por via convencional. Iniciou reabilitação com fisioterapia, otimização de analgesia e medidas farmacológicas para prevenção de trombose. Foram realizados ajustes das medicações para soluço e para doença do refluxo gastro-esofágico. No dia de hoje, não há previsão de novos exames complementares ou procedimentos.”
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