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Editorial

Loucos da Amazônia

Tudo indica que os servidores realmente enlouqueceram com o desmantelamento não só do Ibama, mas também do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio)

Divulgação

Cada vez mais se torna difícil acreditar que, de repente, o Brasil se transforme em um país sério e organizado, finalmente pronto para tarefas gigantescas e nobres para obter sucesso em um contexto internacional que agora exige paradigmas verdes e políticas públicas de sustentabilidade quando o assunto é desenvolvimento econômico.

Tal realidade ficou mais visível nas declarações do presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), Eduardo Bim, que, em recente evento em São Paulo, classificou de “loucos” os funcionários do órgão, que ficam “inventando coisas”.

Tudo indica que os servidores realmente enlouqueceram com o desmantelamento não só do Ibama, mas também do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Com seus quadros reduzidos e o orçamento retalhado, esses órgãos viraram meros espectadores da cena amazônica, assistindo, impotentes, ao avanço dos garimpos ilegais, da extração ilegal de madeira e da grilagem de terras – coisa de enlouquecer.

Tudo ficou pior com a falta de investimentos em ciência e tecnologia, como se isso não fosse mais necessário para se manter a floresta em pé e proporcionar alimentos para 30 milhões de brasileiros que habitam a região. Sem essas estruturas de progresso, falar de bioeconomia parece querer pisar em um chão minado de loucuras.

Se, de um lado, o ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, fechou para balanço o Fundo Amazônia, por outro o ministro da Economia, Paulo Guedes, boicotou Ciência e Tecnologia (C&T) no orçamento da União. Então, a agenda da bioeconomia virou artigo de manicômio. Uma loucura.

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