Manaus (AM) – Com uma produtividade de mais de 100 sacas por hectare em colheita, o café da variedade Robustas Amazônicos se mostra promissor para a cafeicultura no Amazonas.
Experimento
O experimento com o tipo de café foi implantado em Itacoatiara, Silves e Manaus, e os resultados da segunda safra estão sendo conferidos durante os Dias de Campo realizados nesta semana pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Amazonas (Idam), Universidade Federal do Amazonas (Ufam) e Associação Solidariedade Amazonas (ASA).
Mais de 550 pessoas, entre agricultores, técnicos e graduandos em Agronomia participaram das atividades em Itacoatiara (17/05), na fazenda JotaPê, e em Silves (18/05) na sede da ASA.
As atividades se encerram em Manaus, nesta sexta-feira (20/05), na Fazenda da Ufam, na rodovia BR-174, Km 38, sentido Manaus-Presidente Figueiredo.
O diretor técnico do Idam, Radson Alves, que participou do evento representando o presidente do Idam, Tomás Sanches, destacou a importância da parceria entre as instituições de pesquisa, ensino e extensão rural para o desenvolvimento do cultivo do café no Amazonas.
“A parceria entre as instituições visa beneficiar agricultores familiares do Amazonas com tecnologias que irão aumentar a produtividade do café sem precisar desmatar novas áreas. E o Idam vai multiplicar essa informação no campo para que as famílias tenham na cultura do café mais uma alternativa de renda. No Amazonas, o Idam já vem trabalhando o Projeto Prioritário do Café em 12 municípios. O estado tem aproximadamente 500 hectares de café plantado, e a ideia é tornar essas áreas ainda mais produtivas”, enfatizou Alves.
De acordo com o pesquisador da Embrapa, Marcelo Curitiba, essa variedade foi testada ao solo e clima de Rondônia e agora está sendo testada no Amazonas.
“Esse é o segundo ano de produção das Unidades de Observação que estão em teste nos três municípios. Nessas áreas nós já colhemos a primeira safra em 2021, com uma produção média de 60, 68 e 90 sacas por hectare em cada uma das três áreas. Agora, fizemos a estimativa de produção em Itacoatiara de aproximadamente 113 sacas por hectare, e em Silves a média também está acima de 100 sacas por hectare. Acreditamos que com essa nova tecnologia será possível incrementar a produção de café no Amazonas”, avalia o pesquisador.
Itacoatiara
O agricultor Moisés Azevedo, da Vila de Lindoia, em Itacoatiara, que participou do dia de campo, destacou a importância de iniciativas como essas que trazem conhecimento e tecnologia para o campo.
“Hoje estou como coordenador do Grupo Formigueiro, e representamos 38 associações. A gente já vem fomentando a cultura do café, e é enriquecedor abraçar e ver a cultura em desenvolvimento. Sabemos que o Estado já está produzindo, e poder contar com os parceiros que estão fazendo acontecer, é maravilhoso. Se Deus quiser seremos os próximos a estar com esses dias de campo”, disse Moisés.
Silves
Com a nova cultivar desenvolvida e adaptada ao clima da região amazônica, é possível aumentar a produtividade do café sem desmatar novas áreas.
A atividade é economicamente viável para o estado e totalmente sustentável.
“Hoje mostramos que é viável plantar café. Café é agro, e um bom negócio, quando trabalhado com tecnologias. Quando a ASA optou em plantar café, a produção do primeiro ano foi de 7 sacas por hectare. E quando procuramos a ajuda das instituições e o uso de tecnologias saímos de 7 para cerca de 100 sacas por hectare”, destacou o agricultor Roque Lins.
Projeto prioritário
O Idam vem trabalhando o Projeto Prioritário para a cultura do café em 12 municípios: Apuí, Barreirinha, Envira, Guajará, Humaitá, Itacoatiara, Itapiranga, Nova Olinda do Norte, Rio Preto da Eva, São Sebastião do Uatumã, Silves e Lábrea.
Entre as ações para incentivar a cultura estão a implantação de viveiros, Unidades Demonstrativas (UDs), unidades de secagem, capacitação de técnicos e agricultores, intercâmbios, fortalecimento de associações e cooperativas, assim como o crédito rural para fortalecer a estrutura de produção.
Sustentável
Tecnologia, assistência e mercado certo motivaram os participantes dos dias de campo a investir na cultura.
A expansão do cultivo do café será feita com a recuperação de áreas degradadas sem a necessidade de desmatamento, por meio da recuperação da capacidade dos solos por meio de boas práticas de manejo.
Parceria
Os Dias de Campo contam com apoio, dentre outras instituições, do Instituto Federal do Amazonas (Ifam), Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror), Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-AM), Agência de Desenvolvimento Sustentável do Amazonas (ADS), Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam), Prefeitura Municipal de Silves e Prefeitura Municipal de Itacoatiara, e as empresas Três Corações, Eneva S.A. e Mil Madeireiras.
*Com informações da Agência Amazonas
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