Manaus (AM) – Os deputados estaduais Sinésio Campos (PT) e Serafim Corrêa (PSB) cobraram explicações da Companhia de Gás do Amazonas (Cigás) sobre o motivo de possível investimento em 60% no leilão de térmicas a gás, destinadas à capital ou região metropolitana do Amapá.
O Estado é o único do Norte que não há vigência da nova lei do gás, que estabelece regras sobre o serviço de distribuição e comercialização da matéria-prima.
O Ministério de Minas e Energia abriu edital para construção de térmicas a gás na região Norte e a Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), da qual a Cigás faz parte, sugeriu que no próximo leilão possa investir os tais 60% do produto no Amapá.
Para Sinésio Campos, a articulação tem influência direta do empresário baiano Carlos Suarez, que, atualmente, detém 83% das ações da Cigás.
“Mais uma vez o governo federal ataca o Amazonas e, agora, tendo um dos vilões que explora o gás no país, que chama-se Carlos Suarez, associado à Abegás. Das 11 empresas de gás do Brasil ele é sócio majoritário de 8, dentre elas a Cigás do Amazonas, que garante ao Carlos Suarez um montante de 800 mil reais ao ano”,
revelou Sinésio.
Líder do PSB na Casa Legislativa, Serafim Corrêa lembrou que a nova Lei do Gás, de iniciativa da ALE-AM, aprovada em março de 2021, contraria os interesses do empresário baiano. “O senhor Carlos Suarez é muito esperto”.
“Recentemente, o Jornal Estado de S. Paulo, divulgou o ‘centrãoduto’. É que no projeto de lei, que autorizou a privatização da Petrobras, foi incluído um artigo, obrigando a quem comprar, gastar R$ 100 bilhões em investimentos de gasoduto na Região Norte, exatamente onde estão as reservas que são controladas pela empresa estadual de gás de Suarez”,
pontuou.
Serafim explicou que a Cigás é uma dessas empresas, mas com a nova Lei do Gás, no Amazonas, o empresário ficou, de certa forma, prejudicado em suas atividades e, através da Abegás (Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado), pode prejudicar o mercado de gás no Estado.
“A Abegás sugeriu ao Ministério de Minas de Energia que no próximo leilão de térmicas a gás colocar 60% no Amapá, sabe por quê? Porque no Amapá ainda não tem a nova Lei do Gás. Interessante é que a justificativa foi a “alteração objetiva de reduzir a interrupção de energia, como aconteceu, recentemente, com apagões e a segurança do sistema”. Mas o que aconteceu no Amapá não foi falta de geração, foi problema de distribuição, o que é completamente diferente. O que ele quer é desviar para lá, porque lá ele tem o controle total e aqui, onde nós temos as maiores reservas de gás, temos a possibilidade de novas térmicas. Ele não quer aqui, porque pelas novas regras ele perdeu o controle que tinha”,
alertou o parlamentar fazendo menção ao diretor-presidente da Cigás, René Levy Aguiar.
*Com informações da assessoria
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