Passado o pior momento da pandemia de covid-19, a economia brasileira vem gerando mais empregos formais (com carteira assinada). Houve um crescimento de 8,5% em relação a janeiro de 2020 (antes da pandemia). Mas os salários iniciais estão menores.
Dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Previdência, mostram que o salário médio dos trabalhadores contratados em abril deste ano é 9,34% inferior ao valor verificado em janeiro de 2020, já considerando os ajustes pela inflação.
Os salários de contratação deste ano também estão abaixo dos registrados um ano atrás, quando a crise sanitária era mais intensa. Para economistas, os números traduzem essa percepção de que o país está gerando mais vagas, mas com salários menores.
“O Caged mostra que está havendo redução do desemprego, mas com salários mais depreciados”, afirma o economista William Baghdassarian, professor de finanças do Ibmec em Brasília. “Depois de tanto tempo de crise, de desemprego, as pessoas estão aceitando funções com salários mais baixos.”
Pelos dados do Caged, após a forte queda do emprego formal provocada pela pandemia no primeiro semestre de 2020, o estoque de vagas com carteira assinada passou a subir. Em abril de 2022, o total de vagas formais no Brasil já estava em 41.448.948, um crescimento de 8,5% em relação a janeiro de 2020.
Embora mais pessoas estejam empregadas atualmente, as remunerações estão menores do que se viu antes da pandemia. Em janeiro de 2020, o salário médio de contratação era de R$ 1.735,87. Se atualizado
pela inflação até abril deste ano, esse valor seria equivalente a R$ 2.102,97. Conforme o Caged, o salário de contratação em abril deste ano foi de R$ 1.906,54. Ou seja, considerando a inflação, o salário de hoje é menor que o do início de 2020.
Salários menores em 2022
Os dados do Caged indicam que os salários de contratação nos primeiros quatro meses deste ano também foram inferiores aos registrados no início de 2021. O salário médio de contratação em abril de 2021, por exemplo, já atualizado pela inflação, foi de R$ 2.086,82. O valor é superior aos R$ 1.906,54 pagos, em média, a quem foi contratado em abril deste ano.
A queda do desemprego veio muito em função da redução salarial. Não é de se surpreender que tenhamos no Brasil um processo de empobrecimento grande, com as pessoas entrando na insegurança alimentar. William Baghdassarian, professor do Ibmec Para o professor Marcelo Manzano, do Instituto de Economia da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), o emprego de fato está crescendo no Brasil, mas os salários estão mais baixos.
“Nos últimos meses, temos observado a recuperação do emprego, que é resultado da
, explica Manzano.
retomada da economia pós-pandemia”
*Com informações do Uol
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