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Editorial

E o povo, como fica, afinal ?

Cabe ao eleitor, portanto, possuir consciência crítica e não se deixar levar pela onda oportunística dos sabichões políticos

Divulgação

São tempos de eleições no Brasil e já são intensas as conversações e movimentações de políticos em busca de alianças ou se organizando para trocar de partidos a fim de encarar a corrida às urnas para a definição do presidente da República, dos governadores, de senadores e dos deputados federais.


Mas, a pergunta que não quer calar: E o povo, como fica? Cadê propostas buscando a melhoria do seu padrão econômico e social de vida em meio a maior crise sanitária da história brasileira? Cadê as alternativas para aplacar a crise e devolver um mínimo de dignidade ao povo sofrido? Cadê o respeito ao povo enquanto sujeito coletivo?


A essas perguntas respondeu, em recente artigo, o sociólogo José de Souza Martins, professor Emérito da Faculdade de Filosofia da USP e também professor da Cátedra Simón Bolivar, da Universidade de Cambridge, e fellow de Trinity Hall (1993-94).


Diz o professor: “O eleitor brasileiro é equivocadamente tratado pelos políticos como um sujeito temporário, de curta durabilidade, no período eleitoral objeto do assédio de candidatos e partidos que se munem de todos os recursos lícitos, mas também dos ilícitos, infelizmente, para usá-lo e não para convencê-lo. Aqui, candidatos e partidos não estão interessados em dialogar com a consciência política do eleitor, nem em reconhecer-lhe a soberania, nem em alargar-lhe o discernimento crítico”.


Cabe ao eleitor, portanto, possuir consciência crítica e não se deixar levar pela onda oportunística dos sabichões políticos, e isso se quiser ser sujeito de uma nova história realmente transformadora.

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