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ROCK NO AMAZONAS

Artistas do AM fazem do Rock N’ Roll como profissão e estilo de vida

Além de ser um dos estilos de música mais ouvidos no mundo inteiro, o rock n’roll também representa um estilo de vida e forma de pensar

Banda Metal Militia - Foto: acervo pessoal

Manaus (AM) – O Rock N’ Roll é estilo um dos estilos musicais mais ouvidos no mundo inteiro e há quem diga que a música vá além de acordes e canções e sim, um estilo de vida. Em alusão ao Dia do Rock, comemorado no último dia 13 de julho, o EM TEMPO traz histórias de quem faz do rock a sua vida e profissão.

O gênero musical nasceu na década de 1940, nos Estados Unidos, e chegou ao Brasil pouco tempo depois, já na década de 1950. Em Manaus, segundo o radialista e pesquisador musical Marco Antônio, o cenário teu início em 1960, após uma apresentação de abertura de show, no Teatro Amazonas.

Revolucionando a música e o comportamento social da juventude na segunda metade do século XX, o rock é um gênero musical composto por várias influências que são até mesmo antagônicas, mas que continua com o mesmo propósito original de lutar pela liberdade de expressão.

Guitarra, estilo rebelde, tom preto, camisas de bandas, adereços metálicos e simbólicos são apenas um dos itens que ressaltam a identidade de um verdadeiro rockeiro.

Conhecidos como a trindade do rock, nomes renomados como Led Zeppelin, Black Sabbath e Deep Purple são referências para o músico Rogger Luke, de 31 anos. Vocalista da banda Metal Militia, o cantor começou no ramo musical seguindo o exemplo de onde muitos outros músicos começaram: na igreja. A caminhada do cantor iniciou aos 15 anos, quando se juntou a um grupo musical do templo cristão.

“Comecei muito cedo por meio da igreja, que é por onde muitos músicos começaram. Porém, desde pequeno eu sempre fui muito ligado em música, meu pai tocava violão e muitas músicas que ele gostava, e já naquela época eu cantava as músicas que ele ficava tocando. Aos 15 anos juntei ao um grupo musical da igreja católica e comecei a aprender sobre música mais a fundo, enquanto isso, dia e noite eu ficava ouvindo até altas horas muitas bandas que eu curtia. A partir daí, através dessas bandas, fui buscando as influências deles e moldando meu gosto”, destacou.

Banda Metal Militia – Foto: acervo pessoal

Desde criança, com o sonho de ser um profissional da música, Rogger ressalta que crescer no meio da música instigava a imaginação. Sem se imaginar “encaixado” em um emprego comum, o músico sempre foi muito ligado à música e decidiu seguir como profissão.

“Eu mesmo sabia que ter um emprego e uma vida considerada tranquila não era o meu objetivo. Claro que eu quero muito alcançar as minhas metas, mas eu não me imagino em um emprego chato”, ressaltou.

Viver de música é para poucos. O músico destaca que morar na ragião Norte é um desafio, visto que, apesar de existirem muitas revelações musicais, ainda há uma carência em oportunidades para esses artistas. Rogger Luke revela que, durante a sua trajetória, recebeu muitos nãos e “portas na cara”, mas que em nenhum momento pensou em desistir por amor ao gênero musical e por ser o que queria para a sua vida.

Vocalista da Metal Militia, Rogger Luke – Foto: acervo pessoal

“Infelizmente vivemos em uma parte geográfica do país que tem uma dificuldade enorme de revelar novos talentos musicais, mesmo tendo inúmeros artistas extremamente talentosos que mereciam estar em evidência. Às vezes acabo ganhando muito pouco cantando na noite, mas todas as vezes que eu subo no palco é algo que me realiza bastante. Estou nessa há mais de 10 anos e muita gente me diz para desistir, mas eu mesmo não consigo. É a única coisa que sei fazer de verdade”, pontua.

Dentre as dificuldades pontuadas pelo vocalista da Metal Militia, estão a falta de eventos e locais voltados ao público apaixonado pelo gênero, e mesmo com a grande quantidade de adeptos do rock n’ roll na capital amazonense, ainda há uma necessidade de abranger todas as ramificações do gênero musical. Diante disso, os eventos que acontecem são realizados pelos próprios fãs, que dão preferência para a estrutura dos locais, o que contribui para a pouca valorização dos artistas.

“É muito comum e mais fácil eventos de outros cunhos musicais (popularescos e etc.). Os eventos que tem aqui geralmente são feitos por pessoas que se doam de verdade, dificilmente sobra cachê para as bandas pois a galera dá preferência para a estrutura. Temos muitos talentos que acabam sendo ofuscados por falta de oportunidade ou por alguns locais preferirem mais do mesmo. Manaus tem uma grande quantidade de adeptos, o problema é que tem poucos locais para eles. Os poucos que existem, exibem mais do mesmo rock genérico, porém o público é bem vasto, mas pouco aproveitado pelas casas de shows”, comenta.

O pensamento é o mesmo do músico Thiago Carvalho, de 35 anos. Guitarrista da banda Bates, Thiago ressalta que a dificuldade em encontrar locais que investem no gênero musical é pertinente para quem sonha em dedicar a vida para a música.

“É um pouco difícil viver do rock por não ser o que toca nas rádios e não ser a música da moda, como o sertanejo e outros gêneros musicais. Felizmente ainda existem alguns shows, porém são poucas as casas que investem no estilo. Existe todo um nicho do rock em Manaus, mas é um estilo que ainda não é muito conhecido pela grande massa. Existem muitos desafios na caminhada como toda e qualquer profissão. No caso da nossa, ainda existe muito a visão de não ser um trabalho como qualquer outro. Mas um dia isso mudará”, destaca Thiago.

Banda Bates – foto: acervo pessoal

Na vida musical desde os 15 anos, Thiago é autodidata e começou a caminhada por meio da curiosidade. O primeiro instrumento que aprendeu a tocar foi a bateria e, com o tempo, praticou outros instrumentos até que a guitarra apareceu e segue como ela até os dias atuais. Com influência da própria família – recheada de músicos – Thiago caracteriza o início na área como algo que aconteceu naturalmente.

Para o guitarrista, um dos maiores desafios para os profissionais da música foi a pandemia causada pelo coronavírus, que trouxe mudanças no mundo musical tanto de bandas de já conhecidas quanto das bandas iniciantes.

“A pandemia foi um momento onde todos os artistas, ou pelo menos a maioria deles, tiveram de se reinventar. A internet ajudou muita gente a continuar seu trabalho de forma virtual, através de lives, contribuição de amigos e de parceiros. Enfim, foi um momento assombroso que eu espero que nunca mais se repita”, explicou.

Para ambos, o rock tem o mesmo significado: representar a voz daqueles que se sentem excluídos do senso comum ou da sociedade.

Dia Mundial do Rock

A data foi escolhida para a celebração do Dia Mundial do Rock fazendo referência ao festival Live Aid, realizado há exatos 37 anos em 13 de julho de 1985. O evento, que ocorreu de forma simultânea em Londres, Inglaterra, Filadélfia e nos Estados Unidos, tinha como objetivo conscientizar a população mundial sobre a drástica pobreza e a fome na Etiópia.

O evento contou com a presença de renomados artistas e grupos de rock da época, como The Who, Status Quo, Led Zeppelin, Dire Straits, Madonna, Queen, Joan Baez, David Bowie, BB King, Rolling Stones, Sting, Scorpions, U2, Paul McCartney, Phil Collins (que tocou na Inglaterra e nos EUA), Eric Clapton, Black Sabbath, entre outros.

O show foi transmitido ao vivo para diversos países. Na ocasião, o cantor e baterista Phil Collins propôs que o dia 13 de julho fosse lembrando como Dia Mundial do Rock.

Levando em conta que foi o maior dos eventos globais de rock até hoje (estima-se quase tenha tido cerca de 2 bilhões de espectadores e em mais de 100 países ao mesmo tempo).

Subgêneros do Rock

O gênero musical tem diversas divisões, como o Rockabilly, Blues Rock, Hard Rock, Heavy Metal, Indie Rock, Punk Rock e Grunge.

Rockabilly

Um dos primeiros subgêneros do Rock. A vertente surgiu a partir da junção com a palavra hillbilly, que faz referência à música country americana. O subgênero nasceu nos Estados Unidos em meados da década de 1950, especialmente no Sul.

Nomes como Carl Perkins, Elvis Presley, Johnny Cash e Buddy Holly são referências no gênero musical.

Blues Rock

O blues foi um dos elementos que mais influenciou o rock, principalmente na década de 1960. Com as influências, os gêneros logo se mesclaram e assim surgiu o blues rock, que é caracterizado pela improvisação e pelas longas sessões de jam, geralmente focando o guitarrista, com um som pesado e orientado ao riff. É também geralmente executado em um tempo alto, distinguindo-se do blues tradicional.

Artistas como Jimi Hendrix, B.B. King são referências no blues rock.

Hard Rock

O hard rock é o estilo que mais marcou a década de 70. Combinava os estilos mais modernos de rock, como o psicodélico e o de garagem, com o rock mais clássico, além de ter uma influência também do blues. É um estilo considerado um pouco mais pesado que o tradicional, já que a guitarra começou a ter mais intensidade nas músicas e a distorção era bastante utilizada.

As principais bandas de hard rock são Led Zeppelim, Deep Purple, Kiss, Black Sabbath e AC/DC.

Heavy Metal (ou Metal)

Com influências do hard rock, o heavy metal surgiu no fim dos anos 60 e início dos anos 70. É conhecido por ser um som mais pesado, com guitarras distorcidas e densos sons de bateria e baixo.

Alguns símbolos do heavy metal são Iron Maiden, Motörhead e Judas Priest.

Indie Rock

O indie rock tem origem no rock independente. O termo é bastante usado na arte para se referir a produções que não são produzidas ou não possuem vínculo com grandes empresas. No caso da música indie, seria o caso dos artistas e bandas que não possuem contrato com gravadoras.

Alguns grupos de indie rock conhecidos são The Smiths e Joy Division.

Punk Rock

Com suas letras repletas de críticas à sociedade no âmbito da política e dos problemas musicais, o punk rock foi um movimento musical iniciado na década de 70 nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Mais do que um subgênero do rock, o punk rock é fortemente marcado por protestos sociais que defendem a liberdade individual e o direito de se posicionar contra o sistema político, social e econômico.

Algumas bandas famosas dessa vertente são os Ramones, Sex Pistols, Iggy Pop & The Stooges e The Clash.

Grunge

Influenciado pelo punk rock, o grunge nasceu em Seattle, nos Estados Unidos, na década de 90 com bandas como Nirvana, Alice in Chains e Pearl Jam. A estética desse subgênero é bem mais despojada, especialmente em comparação com outras vertentes do rock. Os cantores de grunge adotam uma aparência mais desleixada e que rejeita as teatralidades em suas performances.

Edição e Pauta: Bruna Oliveira

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