Manaus (AM) – O primeiro caso de varíola dos macacos (monkeypox) do Amazonas, confirmado na noite de quarta-feira (27), acendeu um alerta na Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES). Segundo o secretário de saúde, Dr. Anoar Samad, dados da OMS mostram que a maioria dos casos da doença foram registrados em homens homossexuais.
Em uma coletiva de imprensa realizada na tarde desta quinta-feira (28), na sede da Secretaria de Estado de Saúde, o secretário explicou que o paciente chegou a Manaus e, no Aeroporto Internacional Eduardo Gomes, não houve uma fiscalização sanitária como contra os casos da Covid-19, tendo em vista que a monkeypox ainda não é considerada uma pandemia.
Segundo o epidemiologista Daniel Barros, que esteve presente no encontro, o homem está estável, em isolamento domiciliar e as pessoas que tiveram contato com ele também estão em observação. Até o momento, não há nenhum indicativo da doença entre elas.
Anoar Samad explicou que 98% dos casos de varíola dos macacos no mundo foram registrados em homens homossexuais. Na quarta-feira (27), inclusive, o diretor da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, aconselhou que homens que fazem sexo com homens diminuam, neste momento, o número de parceiros sexuais. Os pacientes que procuram as unidades de saúde apresentam, principalmente, os seguintes sintomas: febre alta, ínguas/gânglios e erupções cutâneas com pus, especialmente nas áreas anu-genitais (ânus, vagina e pênis). No mundo, de acordo com o secretário de saúde, somente 83 mulheres foram contaminadas até o momento.
“Nós temos que tomar cuidado para não estigmatizar, pois quando o HIV nasceu também houve a história de que só era homossexual que pegava e não é isso. O que não podemos é fugir dos dados e esse surto está se comportando desta maneira”,
explicou o secretário de saúde.
Primeiro caso
O paciente, diagnosticado com varíola de macacos, é um homem da faixa etária entre 20 e 30 anos, que estava em Portugal e veio para Manaus com os sintomas da doença.
O caso foi investigado desde o dia 21 de julho, quando o paciente, um dia após chegar à capital amazonense, procurou o Hospital de Medicina Tropical do Amazonas por não sentir melhoras, mesmo, após receber medicação enquanto estava em Portugal.
Transmissão
Quanto à transmissibilidade da doença, a encubação do vírus varia entre 5 a 21 dias. A transmissão acontece por meio do contato físico com as gotículas das feridas e relações sexuais. As feridas podem surgir inicialmente no rosto, na boca e espalham-se pelo resto do corpo, conforme explicado por Anoar Samad.
“Todos os critérios que indicam que passou o período de encubação da doença é quando você já se livrou das crostas das feridas e a pele começa a se regenerar com uma pele bem fininha. Esse é o critério de que você não transmite mais”,
enfatiza Anoar Samad.
O médico infectologista Marcos Guerra explicou que o tratamento para a monkeypox é feito pelo médico da unidade de saúde, com analgésico e outro medicamento que permita a cicatrização rápida da ferida aberta. O infectologista alerta a população para não se alarmar, pois não há riscos de um colapso de casos porque é uma doença curável se seguir o tratamento corretamente.
Em caso de suspeita da varíola dos macacos, as pessoas devem procurar as Unidades Básicas de Saúde (UBS’s), os Serviços de Pronto Atendimento (SPA’s) ou outra unidade de saúde.
Leia mais:
Auxílio emergencial: governo pagou benefício a 135 mil mortos, diz CGU
Governo reajusta em até 37,5% benefícios do novo Prosamin+
Festa do Leite em Autazes começa nesta quinta com atrações nacionais e locais
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱