Ao retomarem ontem suas atividades no Congresso Nacional, deputados e senadores anunciaram que o combate ao crime organizado será uma das pautas prioritárias dos debates políticos na maior casa legislativa do país.
Já não era tempo de os congressistas assumirem a pauta, dada a desafiadora escalada do crime organizado nas capitais brasileiras e especialmente na Amazônia, onde a Tríplice Fronteira, abrangendo Brasil, Peru e Colômbia, é motivo de particular preocupação devido as fortes ações das facções criminosas nos rios Solimões e Javari.
Em 2019, segundo o então superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, 90% da madeira exportada pelo Brasil possuía origem ilegal. Mas não é só a madeira que atrai o interesse dos criminosos que traficam drogas. Eles agora também se associaram a negócios milionários, sobretudo no Amazonas, envolvendo garimpo, pesca ilegal e prostituição infantil. Os negócios visam o mercado negro da América do Norte e da Europa.
Conforme o Ministério Público Federal, entre 2018 e 2020 uma única indústria joalheira de Manaus abocanhou 316 kg de ouro de origem ilícita provenientes de garimpos em Roraima, Rondônia e do interior do Amazonas. Ainda de acordo com o MPF, os danos ambientais causados pelo crime alcançaram R$1,7 milhão no período.
Logo, o Congresso bem procede ao pautar a luta contra o crime organizado no país. Para a população da Amazônia, a pauta representa uma grande esperança de que, finalmente, ações ostensivas serão colocadas em prática para coibir a farra criminosa na Tríplice Fronteira.
* Com informações da assessoria
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