Manaus (AM)- O público amazonense vai matar as saudades da comédia “A herança maldita de Mercedita de La Cruz”, na próxima segunda (5), às 19h, no Teatro da Instalação, dentro da programação cultural #Sou Manaus – Passo a Paço 2022. O acesso é livre e se dará por ordem de chegada no teatro.
O espetáculo da Associação Cultural Apareceu a Mergarida estreou em 2006 no Teatro Amazonas e em plena noite de quarta-feira da estreia e público pagante com mais de 600 pessoas.
“Não sabíamos que a peça ia estourar. Aquela mágica noite já nos mostrou o sucesso da peça, que depois foi ao Rio de Janeiro, Acre e Amapá e rendeu prêmios à direção e ao dramaturgo. Grandes temporadas lotadas foram feitas em espaços locais como Teatro da Instalação, Auditório do ICBEU, Teatro do Sesc e Teatro Amazonas, entre outros”, disse o ator e idealizador do projeto, Michel Guerrero.
Michel diz a importância da peça retornar e, pela primeira vez, no Passo a Paço, da Prefeitura de Manaus, cinco anos após sua última apresentação, quando fez parte da comemoração dos 10 anos do Festival de Teatro da Amazônia, em 2017.
“O Passo a Paço deste ano promete. Se consolida com o desejo do público, afetado por quase dois anos com a pandemia de coronavírus. Nós da equipe de Mercedita estamos comemorando este retorno neste grande evento de Manaus e para toda a população”, disse Guerrero.
Para a apresentação segue o elenco original com os atores Michel Guerrero, Arnaldo Barreto e Nivaldo Mota, à exceção de Paulo Altallegre, mas o experiente ator Hely Pinto já cumpre sua substituição há um tempo.
HISTÓRIA
O espetáculo “A Herança Maldita de Mercedita de La Cruz” tem como eixo principal a decadência em que a cidade de Manaus mergulhou na transição da década de 40 para 50, em consequência do declínio econômico, provocado pela queda vertiginosa da borracha da Amazônia no mercado mundial. Momento em que todas as famílias tradicionais da cidade se mudaram para o Rio de Janeiro, em busca de dias melhores, fugindo do caos econômico e da bancarrota.
Para retratar esta época, o autor envereda pela rota ficcional e recria Manaus como Lazone, uma cidade quase fantasma que se alimenta do ódio e do desejo de vingança daqueles que permaneceram. A linguagem cômica adotada no espetáculo proporciona ao espectador momentos que se dividem entre o riso e a consciência crítica, aproximando-o, certamente, do momento histórico mais difícil da sociedade manauara e revela o longo tempo para que se superasse a crise e se encontrasse uma outra alternativa econômica para salvar Lazone.
É no marasmo dessa cidade, que antes vivera o apogeu da borracha e agora aguardava por um milagre econômico, que Mercedita de La Cruz, famosa modista de noivas, surge como testemunha de toda a decadência que se abateu sobre a cidade e transforma-se na principal vítima do ódio e da vingança de sua própria família.
A proposta da encenação é aproveitar a atmosfera dos anos cinquenta do pós-guerra, onde surgem várias linguagens, como o “absurdo”, por exemplo, seguindo o veio da comédia contemporânea, pinçando células de suas vertentes para imprimir uma característica cabocla, afinal, é a sociedade manauara que está no foco da discussão do espetáculo.
ELENCO
Jéssica Kristelly (MICHEL GUERRERO)
Mercedita de La Cruz (NIVALDO MOTA)
Aghata Turmaline (ARNALDO BARRETO)
Maurício Steban (HELY PINTO)
*com informações da assessoria
Edição Web: Bruna Oliveira
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