Estimativa recente da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) aponta que 1 a cada 10 pessoas no Brasil, sofra de cálculo renal, alteração que, se não tratada a tempo e de forma correta, pode levar a problemas mais graves, como redução da função renal e até deterioração dos rins.
“Em casos mais extremos, pode haver a indicação da nefrectomia (retirada total ou parcial do órgão)”, alerta o cirurgião urologista da Urocentro Manaus, Dr. Giuseppe Figliuolo.
Doutor em saúde coletiva e membro da SBU, Figliuolo destaca que o cálculo renal, mais conhecido como pedra nos rins, é uma alteração que tem como fatores de risco a obesidade, dietas ricas em sal e gordura animal, predisposição genética associada à doença, clima muito quente (como é o caso da maioria dos estados da região Norte), além da baixa ingestão de líquidos.
A alteração atinge três vezes mais homens que mulheres e é mais comum entre 20 e 40 anos de idade.
“No período de verão, que se aproxima no Amazonas, pode haver um aumento de até 30% nos casos de cálculos renais, em decorrência da baixa ingestão de líquido somada à alimentação inadequada e rica em sal”, explicou.
O ideal, segundo o médico, é ingerir cerca de 3 litros de água ao dia, de forma fracionada. Isso ajuda a eliminar o sal que é ingerido durante as refeições, evitando que ele fique acumulado nos rins, formando cristais que podem evoluir para cálculos.
“A presença dos cálculos renais nem sempre é notada. Em geral, os sinais só aparecem quando eles têm um tamanho significativo ou estão localizados em áreas muito específicas, como a uretra, atrapalhando a passagem da urina. Nas duas situações, pode ocasionar fortes dores e incômodos frequentes, que acabam atrapalhando nas atividades cotidianas e provocando problemas secundários”, frisou.
Por isso, ele alerta que, dores nas costas, dor ou incômodo ao urinar, sangue na urina, infecção urinária de repetição, vômitos e febre, diminuição do fluxo urinário, além do aumento da frequência urinária com eliminação de pequenas quantidades de líquido, requerem uma visita ao urologista para avaliação.
Diagnóstico e tratamento
“O diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica por médico especialista, com o suporte de exames de apoio, como os de imagem. Os mais usados são: ultrassonografia de abdome, tomografia computadorizada do trato urinário e, em casos mais críticos, até ressonância magnética”, explicou Figliuolo.
Já o tratamento pode ser medicamentoso ou cirúrgico.
“Hoje em dia, contamos com técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, como as cirurgias laparoscópicas por vídeo, nefrolitotripsia extracorpórea (utilização de ondas de choque para quebrar as pedras e ajudar a serem expelidas), cirurgia endoscópica (que suga o cálculo, proporcionando menos efeitos colaterais e promovendo rápida recuperação), entre outros”, completou o especialista.
Figliuolo faz um alerta especial às gestantes, que têm mais probabilidade de desenvolver o problema.
“É importante que as gestantes não deixem de consumir líquidos como água, sucos cítricos naturais e façam o pré-natal seguindo todas as orientações. O cálculo renal na gravidez eleva os riscos de partos prematuros. Por isso, todo cuidado é pouco”, concluiu.
*Com informações da assessoria
Edição Web: Bruna Oliveira
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