Não se pode dizer que o candidato Ciro Gomes (PDT), falando ao jornal Valor Econômico na semana passada, tenha cometido algum exagero ao afirmar que o fato de o Amazonas possuir apenas duas delegacias da Polícia Federal demonstra como o Estado brasileiro é negligente no Norte da Amazônia, contracenando com o crime organizado.
“É uma vergonha o estado do Amazonas só ter duas delegacias da Polícia Federal (PF). Você acha que isso é por acaso? É o narcotráfico, é o contrabando de armas é a lavagem de dinheiro do desmatamento ilegal, da pesca ilegal”, afirmou Ciro, completando: “Tudo ali é um ambiente em que quem toma conta é a holding do crime, só quem não sabe isso é o atual ministro da Defesa, que sabe de urna eletrônica”.
A ácida crítica do candidato pedetista foi oportuna porque feita em um contexto de campanha eleitoral que deveria ter transformado a grave presença do crime organizado na Amazônia em uma de suas pautas prioritárias. Mas, infelizmente, não é o que se vê. Quando muito, os candidatos distribuem falácias eleitoreiras sobre a região.
Enquanto isso, por conta da ausência de fiscalização e da alta do ouro no mercado internacional, os criminosos transnacionais avançam com fúria seus negócios na Amazônia. O Rio Madeira, envolvendo os estados do Amazonas e Rondônia, é um dos alvos preferidos dos criminosos, fazendo o que bem entendem em extensa área abrangendo os municípios de Borba, Nova Olinda do Norte, Novo Aripuanã e Autazes. Tristemente, o país não reage como deveria à “holding do crime”.
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