A reta final da campanha eleitoral, em seu primeiro turno, no Amazonas, deixa um saldo triste: os debates infrutíferos entre os concorrentes ao mais alto cargo do Estado, o que, aliás, teve simetria com a deplorável omissão dos candidatos à Presidência da República acerca da Amazônia nos confrontos televisivos que tiveram ao longo da campanha.
Verdade que houve a exceção do candidato Ciro Gomes (PDT), que, respondendo a perguntas na CNN Brasil, chamou a atenção para a urgência de se debater a Amazônia, tanto por causa da crise climática que assola o planeta quanto pela importância da região enquanto vetor de desenvolvimento econômico com sustentabilidade, em função das fabulosas potencialidades de que é detentora.
Mas, à parte Ciro, a apatia entre os presidenciáveis foi geral em relação à região, da mesma forma como se esperava que os candidatos ao Governo do Estado transformassem a Amazônia em pauta nacional dada a certeza de que, por exemplo, a realização do Zoneamento Ecológico-Econômico (ZEE) é uma bandeira urgente a ser encampada pelos Estados da região em nome da necessária compatibilização do desenvolvimento socioeconômico com a conservação ambiental.
Paralelamente às ações de combate ao crime organizado, que devasta e sangra a região em função de negócios transnacionais espúrios, e milionários, o zoneamento é o mecanismo que orientará o uso sustentável dos recursos naturais amazônicos e o equilíbrio do seu fantástico ecossistema.
Ele é fundamental para que os investimentos em bioeconomia, dentre outros, possam acontecer seguindo diretrizes racionais, com a prévia identificação dos impactos ambientais que os empreendimentos futuros venham gerar. O ZEE é o norte da segurança jurídico-ambiental de que o Amazonas precisa para se organizar e crescer.
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