A Ucrânia fechou o espaço aéreo para voos civis nesta quinta-feira (24). O governo cita alto risco à segurança depois de ataques da Rússia a territórios ucranianos. O regulador de aviação da Europa alertou sobre perigos de voar em áreas de fronteiras com a Rússia e a Bielorrússia.
O presidente russo, Vladimir Putin, anunciou na madrugada desta quinta o que classificou de uma “operação militar especial” na Ucrânia.
“A presença e o possível uso de uma ampla gama de sistemas de guerra terrestres e aéreos representam um alto risco para voos civis operando em todas as altitudes e níveis de voo”, informou a Agência de Segurança da Aviação da União Europeia (EASA).
Invasão
Autoridades da Ucrânia confirmaram ataques em ao menos 10 regiões do país. Em pronunciamento na televisão russa, Putin disse que a ação militar terá como objetivo proteger a população das províncias de Donetsk e Luhansk, situadas na região fronteiriça de Donbass. Mas acrescentou que confrontos entre forças russas e ucranianas serão “inevitáveis” e “só questão de tempo”.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pediu que “qualquer pessoa com experiência militar” se apresente para defender o país. Também liberou ações armadas de civis para a defesa do território da invasão por parte da Rússia.
Entenda o conflito
A disputa entre Rússia e Ucrânia começou oficialmente depois de uma invasão russa à península da Crimeia, em 2014. O território foi “transferido” à Ucrânia pelo líder soviético Nikita Khrushchev em 1954 como um “presente” para fortalecer os laços entre as duas nações.
Ainda assim, nacionalistas russos aguardavam o retorno da península ao território da Rússia desde a queda da União Soviética, em 1991. Já independente, a Ucrânia buscou alinhamento com a UE (União Europeia) e Otan enquanto profundas divisões internas separavam a população. De um lado, a maioria dos falantes da língua ucraniana apoiavam a integração com a Europa.
De outro, a comunidade de língua russa, ao leste, favorecia o estreitamento de laços com a Rússia. O conflito propriamente dito começa em 2014, quando Moscou anexou a Crimeia e passou a armar separatistas da região de Donbass, no sudeste.
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