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Sul Fluminense

Polícia procura homem acusado de manter mulher e filhas em cárcere por mais de 20 anos

Homem está foragido e, possivelmente, morando em área de mata no Sul Fluminense

Um homem suspeito de manter a esposa e as duas filhas em cárcere privado por aproximadamente, 22 anos está sendo procurado por agentes da 91ª DP (Valença) em uma região de mata desde a tarde da quinta-feira (29),no distrito de Parapeuna, em Valença, no Sul Fluminense. De acordo com Flávio de Almeida Narcizo, delegado titular da unidade policial que investiga o caso, o idoso, identificado como José do Carmo João, de 60 anos, está foragido desde 2005, quando torturou e matou uma pessoa. A motivação do crime ainda é desconhecida pela polícia.

A prisão aconteceu após uma denúncia, segundo Flávio. Um rapaz que fica em um sítio próximo à casa procurou a polícia depois de ter sido ameaçado por José. Ao começarem as investigações, os agentes descobriram que o homem estava foragido há mais de 16 anos. Chegando ao local, o idoso já tinha fugido. O delegado diz acreditar que alguém viu o carro da polícia e o avisou.

“Ele é mateiro, então conhece bem a região. Na fuga, ele não levou mantimentos, armas, nem documentos. Nossa equipe conseguiu pegar todas as armas e munições que ele tinha em casa. Era muita coisa. Nossa suspeita é de que ele esteja morando pela mata”, detalhou.

Ainda de acordo com o delegado, as vítimas têm 48, 25 e 19 anos. A filha mais nova, inclusive, nasceu na casa onde era mantida presa.

“Desde que chegaram na residência, as três nunca viram pessoas. As filhas não têm nem identificação civil. A mais velha nasceu em Barra do Piraí, quando o pai ainda não estava foragido. O parto da mais nova foi dentro da própria casa. Ela nunca tinha visto a rua, por exemplo. As vítimas só sabem falar. Não sabem mexer no celular, na televisão”, conta.

Flávio revela ainda que tentou encontrar um abrigo para que as mulheres ficassem, mas não obteve sucesso.

“A gente não conseguiu um abrigo para elas. Depois de dias procurando informações, descobrimos a localização da irmã da esposa do criminoso. Entrei em contato com ela e ela se dispôs a acolher as três. A mulher nos disse que pensava que a vítima estava morta, já que não tinha notícias dela há mais de 20 anos”, continuou.

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O delegado afirma também que como as filhas nunca tiveram contato com outras pessoas, elas achavam que a situação era normal. Além disso, citou que o criminoso trabalhava em uma fazenda perto da casa onde morava.

“As meninas nunca foram ao médico, à escola, nem nada. Elas eram mantidas dentro de casa porque sequer tinham conhecimento de que podiam deixar o local. Elas não ficavam amarradas, mas sofriam uma espécie de coação moral por parte do criminoso. Se você soltar as meninas na rua, elas não sabem nem atravessar. Ele dizia que o mundo era perigoso e que os homens não prestavam”, ressalta.

Pessoas que trabalhavam com José também serão investigadas.

“Ele trabalhava com gado extensivo numa fazenda há mais 20 anos. Queremos saber se quem tinha contato com ele sabia da existência da família”, cita.

Ao ser perguntado se a mãe das meninas já tentou sair do cárcere, o delegado disse que sim.

“Ela já tentou fugir várias vezes. Em depoimento ela nos contou que já conseguiu sair da casa para pedir ajuda, mas o esposo sempre a encontrava pela mata. Ela também relatou que sofreu agressões durante essas tentativas. Contra as filhas não há registro de agressão física”, afirmou.

Além do crime de homicídio ocorrido em 2005, José do Carmo João irá responder por porte de arma, porte de munição, cárcere privado, abandono intelectual, ameaça e perseguição. O caso está sob investigação da 91ª DP (Valença).

*Com informações do Extra

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