José Carlos da Silva Fabrício, de 24 anos, foi preso na quarta-feira (24), pelo feminicídio da própria companheira, Railane Cardoso Carvalho, que tinha 22 anos. O crime ocorreu na segunda-feira (22), no bairro Puraquequara, zona leste de Manaus.
Durante coletiva de imprensa, a delegada Marília Campello, coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio (NCF) da DEHS, contou que a imagem do suspeito foi amplamente divulgada no mesmo dia, por isso os policiais civis da unidade especializada não pararam de trabalhar e conseguiram, então, localizar o lugar onde José Carlos estaria escondido, em uma casa no bairro São José, zona leste.
“Ele foi interrogado e alegou que, por volta de meio-dia de segunda-feira, teria ido em casa, onde morava com Railane e a filha de 1 ano e 3 meses, para pegar suas coisas. Ele queria se separar e teria ido recolher seus pertences para deixar o local definitivamente. O suspeito contou que a vítima iniciou uma discussão, partindo para cima dele com uma tesoura, impedindo que ele fosse embora de casa”, disse.
Conforme a delegada, em depoimento, o José Carlos disse, ainda, que houve uma luta corporal entre ele e a vítima, e nisso, ela mesma acabou disparando contra o próprio rosto. Entretanto, testemunhas que estavam no local contaram que foi ele quem disparou contra a vítima, na presença da filha deles.
“Testemunhas contam, e ele também falou, que o relacionamento deles era bastante conturbado e marcado por agressões verbais e físicas. Em novembro de 2023 eles foram parar na delegacia pois José Carlos foi visto dando um tapa no rosto de Railane. Na ocasião, ela não solicitou medidas protetivas, no termo de declaração ela deixa claro o desejo de não querer as medidas protetivas, e infelizmente eles nunca se separaram”, falou.
Ainda de acordo com a delegada, José Carlos alega que a arma de fogo que tirou a vida de Railane seria de propriedade dela, porém não é verdade. Existe um vídeo recente em que ele está com uma arma na cintura e a filmagem teria sido feita pela própria vítima.
“Nós não localizamos a arma utilizada no crime. A equipe policial, após efetuarem a prisão dele, foram para a área de mata, a fim de localizar a arma, mas não foi possível”, relatou.
Alerta
Conforme a coordenadora do Núcleo de Combate ao Feminicídio, algumas vezes a mulher pode não absorver que está sendo vítima de um relacionamento abusivo e acaba normalizando os comportamentos do companheiro.
“Por isso é importante reforçar que não é normal ter um relacionamento conturbado, não é normal sofrer agressões físicas, verbais, psicológicas. Isso não é normal e pode, inclusive, desencadear em uma tragédia maior como essa”, salientou.
Procedimentos
José Carlos da Silva Fabrício responderá por feminicídio e ficará à disposição do Poder Judiciário.
*Com informações da assessoria
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