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Eclipse no Brasil comprovou teoria de Einstein há mais de 100 anos

Cidade de Sobral, no interior do Ceará, foi o local escolhido pelos cientistas para observar o fenômeno em 1919

A pequena cidade de Sobral, localizada no interior Ceará, tem em sua história um grande marco de contribuição para a ciência e a astronomia.

Foi graças a observação de um eclipse solar total — assim como o que ocorreu nesta segunda-feira (8) — na cidade de Sobral que a Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein pôde ser comprovada por cientistas brasileiros e ingleses no início do século passado.

Em 1915, Einstein anunciou sua Teoria da Relatividade Geral, que afirma que a massa dos corpos deforma o espaço próximo a eles, fazendo com que o caminho da luz, ao passar pelo espaço deformado, deixe de ser uma linha reta por conta do desvio.

No entanto, a teoria do cientista só poderia ser testada e comprovada (ou não) quando houvesse um eclipse solar total, que permitiria observar as estrelas atrás do Sol e se o brilho emitido por elas sofreria um desvio ao passar pelo espaço deformado pela massa do Sol.

O próximo eclipse solar estava previsto para acontecer em 1919, e Sobral foi uma das cidades escolhidas para a observação dos cientistas, já que estava bem no meio da rota geográfica em que a sombra causada pela Lua na frente do Sol seria total.

A outra cidade escolhida para observação científica foi Ilha do Príncipe, no arquipélago de São Tomé e Príncipe, na África. No dia do eclipse, expedições científicas foram instaladas em ambos os municípios para observar o fenômeno.

Pouco antes das 9h da manhã, em 29 de maio de 1919, a cidade de Sobral assistiu à Lua sobrepondo-se ao Sol em um eclipse solar total que durou cerca de cinco minutos.

Enquanto na Ilha do Príncipe o mau tempo atrapalhou a visualização do eclipse, tornando possível registrar apenas seis estrelas atrás do Sol, em Sobral as condições meteorológicas foram boas, e 12 estrelas puderam ser registradas pelos cientistas.

Fotos registradas pelo astrônomo brasileiro Allyrio de Mattos durante o eclipse solar total de 1919, em Sobral (CE). /Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST)

O registro dessas estrelas foram usadas mais tarde como referência para medir o ângulo de desvio da trajetória de seus feixes de luz. O efeito de deflexão da luz faria com que as estrelas observadas fossem vistas em uma posição aparentemente diferente da sua posição real.

Meses depois, os astrônomos ingleses apresentaram os resultados da observação. Os registros feitos durante o eclipse comprovaram a Teoria da Relatividade Geral divulgada por Einstein anos antes e o cientista se tornou conhecido em todo o mundo.

Dois anos depois, ele ganhou o Prêmio Nobel de Física, por suas contribuições na área.

*Com informações da CNN Brasil

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