Os primeiros passos das seleções em busca do título da Copa do Mundo do Catar estão oficialmente definidos. Nesta sexta-feira (1.º), em evento realizado em Doha, capital da sede do torneio, a Fifa confirmou o chaveamento dos oito grupos do Mundial de 2022, marcado para ser disputado entre novembro e dezembro. O Grupo G da competição terá como cabeça de chave a seleção brasileira.
O Brasil enfrentará, no primeiro jogo da fase dos grupos, a Sérvia. As outras duas seleções do grupo, que se enfrentarão primeiro, são a Suíça e o Camarões.
Grupo G
Se não teve a oportunidade de enfrentar grandes seleções na preparação para a Copa do Mundo, o Brasil se apoia na soberania continental para se colocar entre os principais favoritos ao título do Mundial do Catar. Sem tirar o pé, a equipe do Tite nadou de braçadas contra os vizinhos, bateu recorde de pontos conquistados nas Eliminatórias Sul-Americanas e usou a seletiva, basicamente, para consolidar nomes, estilos de jogo e convicções para a busca do hexacampeonato.
No ciclo entre 2018 e 2022, a Seleção Brasileira apostou na manutenção de Tite. O treinador, que irá se despedir do cargo após a Copa do Catar, terminou a campanha de classificação passando a impressão de ter nas mãos um time seguro e em nítido crescimento técnico. Até mesmo o fantasma da dependência de Neymar foi exorcizado com atuações eficientes com rotatividade de protagonismo de peças como Vinicius Júnior, Raphinha, Antony, Paquetá e outros.
Na corrida até o Catar, Tite testou mais de 100 jogadores. Entre eles, 40 tiveram as primeiras oportunidades e foram estreantes. A rotatividade deixou o Brasil repleto de alternativas viáveis a oito meses do apito inicial do Mundial de 2022. Apesar de vários nomes já estarem com o passaporte carimbado pelo desempenho nos últimos quatro anos, o treinador terá cinco amistosos para dar os últimos ajustes e fechar o grupo.
A preparação teve apenas um gargalo evidente: a dificuldade de medir forças contra uma seleção do primeiro escalão da Europa. Na infinita rotatividade de confrontos contra adversários sul-americanos, o Brasil não conseguiu testar seu potencial diante de favoritos ao título no Catar — com exceção da Argentina, nenhuma equipe do continente ofereceu grande resistência. Nos últimos quatro anos, a Seleção jogou apenas com um time do Velho Continente. Venceu a República Tcheca, em 2019, por 3 x 1, em amistoso contra um rival que sequer estará na Copa.
Agora, os rivais da fase de grupos estão definidos e o funil da convocação final — marcada para outubro — está cada vez mais estreito, embora o sarrafo possa ficar mais acessível se a Fifa autorizar a presença três jogadores a mais na lista, passando de 23 para 26 nomes. No balanço de quatro anos, o bom desempenho continental, com exceção da derrota para a Argentina na última Copa América, soam como suficientes, muito mais, pelo sentimento de certeza transmitido pelas próprias atuações da Seleção Brasileira.
Suíça
Quem avisa, amigo é: você tem que respeitar uma seleção que segurou o Brasil na fase de grupos na Copa da Rússia, desbancou a atual campeã do mundo, França, nas quartas de final da Euro-2020, e por muito pouco não superou a Espanha nas quartas de final. O aviso de que o presente seria promissor foi dado no fim da década passada.
Em 2009, a Suíça conquistou o Mundial Sub-17. Iniciou a campanha do título na mesma chave do Brasil. A Seleção tinha, à época, jogadores como o goleiro Alisson e os astros Neymar e Philippe Coutinho na competição disputada na Nigéria. Treze anos depois, a Suíça aposta em parte daquela geração para continuar competitiva no Qatar.
Outra prova recente de força foi dada nas Eliminatórias. A Suíça deu o azar de cair na mesma chave de uma Itália embalada pela conquista da Eurocopa. A trupe comandada por Murat Yakin, sucessor do bósnio Vladimir Petkovic, não deu bola para isso e avançou em primeiro lugar. Consequentemente, a Squadra Azzurra foi para a repescagem, perdeu para a Macedônia do Norte e ficou fora da Copa do Mundo pela segunda edição consecutiva. Perdeu por 3 x 0 da Itália, mas também segurou a potência em um 0 x 0 suficiente para terminar com os mesmos 18 pontos do concorrente e avançar nos critérios de desempate.
O goleiro Sommer, do alemão Borussia Monchegladbach, e o centroavante Seferovic, do português Benfica, continuam sendo os astros da companhia que, repito, merece respeito.
Sérvia
A herdeira do legado da extinta Iugoslávia está na Copa do Mundo pela segunda edição consecutiva. Há quatro anos, na Rússia, fez péssimo papel. Não passou da primeira fase na chave contra Brasil, Suíça e Costa Rica.. Encerrou a competição em 23º lugar. Nas Eliminatórias rumo ao Qatar, conseguiu a proeza de terminar na frente de Portugal e mandou a trupe de Cristiano Ronaldo para a repescagem.
As apostas do país para ir além da primeira fase desta vez são menos sortidas do que a da ex-parceira Croácia, por exemplo. Vlahaovic, da Juventus, é um dos trunfos. Há outros bons talentos como o promissor Luka Jovic (Real Madrid), Dusan Tadic (Ajax), Nastasic e Milinkovic (Fiorentina), Grujic (Porto) e Sergej Milinkovic-Savic (Lazio). Todos formam uma esquadra competitiva e digna de respeito. Afinal, se a Croácia foi longe em 2018, por que a Sérvia não pode surpreender também?
Uma prova de força do país foi dada em 2015. A Sérvia conquistou o título do Mundial Sub-20, na Nova Zelândia, contra o… Brasil! A geração de Gabriel Jesus amargou o vice da competição contra uma geração que ainda promete dar frutos ao país do Leste Europeu. Nos tempos de Iugoslávia, a potência ficou em quarto lugar em 1962, no Chile.
Camarões
O bonde africano rumo à Copa do Mundo do Catar também conta com Camarões. Após superar a Argélia no jogo de volta das Eliminatórias Africanas por 2 x 1, os camaroneses garantiram o retorno ao Mundial após ficarem de fora da edição de 2018, na Rússia.
Sem contar com o brilho individual de outras épocas, quando chegou a ter Roger Milla e Samuel Eto’o, Camarões aposta no trabalho coletivo, guiada pela experiência de algumas peças que atuam no futebol europeu. Lá na frente, a referência é o atacante Choupo-Moting, do Bayern de Munique. Debaixo das traves, André Onana, do Ajax, é o paredão.
O esquadrão camaronês é comando pelo treinador Rigobert Song, ex-zagueiro que vestiu as cores do país em quatro Copas do Mundo: 1994, 1998, 2002 e 2014. Song está à frente de Camarões desde 2017 e espera consolidar o trabalho com uma campanha para além da fase de grupos do Mundial no Catar.
*Com informações do Correio Braziliense
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Edição web: Jonathan Ferreira
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