Pensacola (FL) – Um vídeo gravado por uma banhista americana mostra o momento em que um tubarão de grande porte, possivelmente um tubarão-touro, ataca um pelicano nas águas rasas de Pensacola Beach, na Flórida. O episódio ocorreu em 20 de junho, mas só veio à tona nos últimos dias e tem repercutido nas redes sociais e na imprensa internacional.

A gravação feita por Lisa McMillion mostra o tubarão se debatendo violentamente enquanto tenta puxar a ave para o fundo. Apesar da cena de tensão a poucos metros da areia, apenas dois banhistas saíram da água — e, mesmo assim, em tom de riso. A maioria permaneceu nadando tranquilamente, como se o ataque fosse algo corriqueiro.

Comportamento de risco

O comportamento indiferente dos banhistas acendeu o alerta de especialistas em vida marinha. Embora o ataque tenha sido direcionado ao pelicano, a proximidade com humanos poderia ter resultado em uma tragédia.

O tubarão-touro (Carcharhinus leucas), que costuma habitar águas costeiras e estuários, é uma das espécies com maior histórico de ataques a humanos, ao lado do tubarão-branco e do tubarão-tigre.

O biólogo marinho George Burgess, ex-diretor do Arquivo Internacional de Ataques de Tubarões da Universidade da Flórida, já classificou os tubarões-touro como “imprevisíveis e territoriais”. A espécie pode atingir até 3,5 metros de comprimento e é conhecida por nadar em águas rasas, inclusive em áreas de banho.

Do fato real ao mito: o tubarão-touro e a cultura pop

O episódio em Pensacola remete a um histórico trágico: em 1916, uma série de ataques atribuídos ao tubarão-touro nas costas de Nova Jersey provocou pânico nos Estados Unidos e serviu de inspiração para o livro Jaws, de Peter Benchley, posteriormente transformado no clássico filme Tubarão, dirigido por Steven Spielberg em 1975.

Desde então, a imagem do tubarão se consolidou como símbolo de medo — muitas vezes de forma exagerada. No entanto, no caso do tubarão-touro, o receio é justificado por dados científicos: ele é responsável por dezenas de ataques documentados em águas rasas e pode sobreviver em rios, devido à sua capacidade de adaptação a diferentes níveis de salinidade.

Nenhum humano ferido

Apesar do susto e do choque visual, nenhum humano foi ferido durante o ataque ao pelicano em Pensacola. Ainda assim, o episódio levanta uma questão importante: a banalização da presença de predadores em áreas turísticas pode resultar em tragédias se medidas de prevenção não forem levadas a sério.

Especialistas recomendam que os banhistas evitem entrar na água ao avistar aves feridas, grandes cardumes ou comportamentos atípicos na superfície, pois esses sinais indicam a presença de predadores.

Vídeo do ataque viraliza

O vídeo, com duração de apenas 33 segundos, viralizou nos últimos dias. Nele, o tubarão é visto girando rapidamente ao redor do pelicano, criando uma espiral de espuma na água enquanto tenta arrastar a ave. A cena, embora curta, exibe um comportamento típico de caça do tubarão-touro, conhecido por abocanhar e sacudir as presas antes de engoli-las.

VEJA O VÍDEO:

Leia mais:

Ataque de tubarão na Flórida deixa 3 pessoas feridas

Tubarão de 518 anos faz aparição para turistas

Tubarão é visto na Barra da Tijuca e governo emite alerta para banhistas no RJ