O escritor gaúcho Luis Fernando Verissimo, de 88 anos, morreu na madrugada deste sábado (30) devido a complicações de pneumonia grave. Ele estava internado desde 11 de agosto em uma unidade de terapia intensiva (UTI) do Hospital Moinhos de Vento, em Porto Alegre.
O velório será na Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul, a partir do meio-dia.
Verissimo deixa a esposa, Lúcia Helena Massa, e três filhos: Pedro, Fernanda e Mariana Verissimo. Ele enfrentava mal de Parkinson, problemas cardíacos e sofreu um AVC em 2021, recebendo, em 2022, um marca-passo no coração.
Trajetória e legado literário
Filho do escritor Érico Verissimo, Luis Fernando publicou mais de 80 títulos, incluindo:
- As Mentiras que os Homens Contam
- O Popular: Crônicas ou Coisa Parecida
- A Grande Mulher Nua
- Ed Mort e Outras Histórias
Foram as crônicas e contos que consolidaram Verissimo como um dos escritores contemporâneos mais populares do país. Seu livro O Analista de Bagé (1981) teve a primeira edição esgotada em uma semana.
Versatilidade e paixão pela escrita
Verissimo construiu uma trajetória profissional rica, atuando como cartunista, tradutor, roteirista, publicitário, revisor, dramaturgo e romancista. Sua obra é marcada pelo bom humor, assertividade e crítica social. Além da escrita, era um amante da música, dedicado ao saxofone.
Em entrevista ao programa Sem Censura, da TV Brasil, ele relembrou:
“Até os 30 anos eu não tinha a menor ideia de ser escritor, muito menos jornalista. Eu fiz de tudo, e nada deu certo. Aí quando eu comecei a trabalhar em jornal… foi quando eu descobri a minha vocação.”
Reflexões sobre vida e música
Conhecido por ser calado, Verissimo dizia:
“Não sou eu que falo pouco, os outros é que falam muito.”
Em 2017, aos 80 anos, ele revelou como gostaria de ser lembrado:
“Gostaria de ser lembrado pelo o que eu fiz, pela minha obra, se é que posso chamar de obra, mas pelos meus livros. E, talvez, pelo solo de um saxofone, um blues de saxofone bem acabado.”
Ele também compartilhava sua visão sobre a vida:
“No fim, pensando bem, a vida é uma grande piada… Acho que temos que encarar isso com uma certa resignação, uma certa bonomia [bondade].”
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