A agência nuclear da ONU pediu o fim imediato de ações militares russas perto da usina de Zaporizhzhia, na Ucrânia, e fez o alerta de que há um “risco bastante real de um desastre nuclear”.
O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Mariano Grossi, disse estar “extremamente preocupado” com os relatos de bombardeios na maior usina nuclear da Europa.
A Ucrânia afirma que partes da instalação, ocupada por forças russas em março, foram “seriamente danificadas” por forças militares.
Os russos mantiveram os funcionários ucranianos nas operações, mas o governo ucraniano acusa Moscou de empregar “táticas de terror” com o disparo de foguetes contra áreas civis a partir do local.
O Ministério da Defesa do Reino Unido diz que a Rússia está usando a área para lançar ataques – aproveitando o “status protegido” da usina nuclear para reduzir o risco de ataques noturnos das forças ucranianas.
A usina fica nas proximidades da cidade de Energodar, no sudeste ucraniano, ao longo da margem esquerda do rio Dnieper.
Ataques realizados na última desta sexta-feira (05/08) mostram ameaças “à saúde pública e ao meio ambiente na Ucrânia e além de seu território”, disse Grossi em comunicado.
“Qualquer poder de fogo militar direcionado para a instalação ou realizado a partir dela equivale a brincar com fogo, com consequências potencialmente catastróficas”, acrescentou.
Os funcionários ucranianos na usina precisam realizar suas importantes funções “sem ameaças ou pressão”, disse ele, ressaltando que a AIEA deve ser autorizada a fornecer suporte técnico.
“Para proteger as pessoas na Ucrânia e em outros lugares de um possível acidente nuclear, devemos todos deixar de lado nossas diferenças e agir agora. A AIEA está pronta”, disse Grossi, dias depois de afirmar que a usina estava “completamente fora de controle”.
A Enerhoatom, a agência nuclear ucraniana que é responsável pela operação da usina, disse que ataques com mísseis russos forçaram o fechamento de uma “unidade de energia” e acrescentou que havia risco de vazamentos radioativos.
*Com informações do CNN
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