Manaus (AM)- A Arquidiocese de Manaus realizou neste sábado (3) o evento de Acolhida ao Cardeal Dom Leonardo Steiner, após sua efetiva nomeação ocorrida no dia 27 de agosto, compromissos no Vaticano e participação na Assembleia Geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O encontro contou com a presença de autoridades locais, na Catedral Metropolitana de Manaus, localizada na Praça da Matriz, Centro da cidade de Manaus.
O prefeito da cidade, David Almeida destacou a importância do reconhecimento religioso para a Amazônia e como a igreja católica teve grande influência na família.
“Nasci em ambiente católico, sendo minha mãe de igreja protestante. O respeito que nós temos herdamos de nossos avós, minha família é toda católica. Preciso deixar esse registro. Meu pai faleceu e meu irmão tinha vocação para ser pastor, minha mãe procurou o secretário de estado de assistência social há 23 anos, que era o padre Danival. Minha mãe foi pedir para o padre para ajudar o meu irmão mais novo para estudar teologia. Ele disse “Vocês vendem isso para estudar? Veja logo o que é preciso para ele estudar e ser mestre’, ” relembrou.
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“O padre Danival bancou os estudos do meu irmão para ele ser pastor. Isso é cristianismo. Eu precisava fazer essa declaração na frente de todas essas autoridades da igreja católica. Fica aqui o meu reconhecimento e minha gratidão ao trabalho que a igreja católica faz. Agora nós temos no Amazonas o Cardeal que tanto nos orgulha. Eu tenho o privilégio de estar diante de tamanha autoridade”, completou.
O Governador do Amazonas, Wilson Lima falou sobre a importância de ter um cardeal que representa a Amazônia.
“Hoje nós temos mais um gesto importante, que é a nomeação do Dom Leonardo como representante da Amazônia. É importante que a gente tenha essa voz no Vaticano e na Igreja Católica, porque o mundo todo conhece a palavra Amazônia. Todas as vezes que se ouve essa palavra, sabe que a primeira associação que fazem é sobre os recursos naturais, é com preservação e outros elementos da floresta. O momento que a gente tem alguém como o Dom Leonardo que conhece muito bem nossas dificuldades, e que entende que o mais importante é proteger o negro, o caboclo e o índio, e dar as condições de sobrevivência. É mais uma voz que essas populações têm ao Papa Francisco”, destacou.
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Agradecido pelo momento, Dom Leonardo
“O que me trouxe alegria não foi minha nomeação, o que me trouxe alegria de ouvir das pessoas que o Papa mais uma vez se lembrou da Amazônia. É verdade, o Brasil foi conhecido um tempo pelo futebol e o samba, e hoje, mundialmente, se escuta sempre a Amazônia. Das tantas entrevistas que dei, a questão é sempre a Amazônia. Nós faremos todo o esforço para que nós continuemos com esse espírito de uma fé profunda, mas também com o espírito de acolhimento. Papa Francisco pensou na Amazônia ao nomear um bispo como cardeal. Lembrar que existe a Pan-Amazônia, não apenas a amazônia brasileira. Eu sou agora o cardeal da Amazônia”, disse emocionado.
Nomeação
O Arcebispo de Manaus Dom Leonardo Steiner foi nomeado pelo papa Francisco como cardeal da Igreja Católica em um consistório que oficializou a posse de 20 novos religiosos, ao todo. A cerimônia ocorreu na Basílica de São Pedro, no Vaticano.
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Dom Leonardo Steiner é considerado o primeiro “cardeal da Amazônia”. Segundo ele, a escolha por seu nome sinaliza que o papa Francisco está preocupado com a floresta e deseja aproximar a Igreja Católica da região. Sua nomeação desbancou o titular da Arquidiocese de Belém, a mais antiga e tradicional no Norte brasileiro.
Nascido em Forquilhinha (SC), ele cursou filosofia e teologia em Petrópolis (RJ), entre 1973 e 1978, quando foi ordenado padre por seu primo Paulo Evaristo Arns.
O religioso também tem formação pedagógica e já foi professor. Na década de 1990, mudou-se para Roma, onde fez mestrado e doutorado em filosofia. Ao voltar ao Brasil, na década seguinte, passou a lecionar o curso no interior do Paraná.
Foi nomeado bispo em 2005 pelo papa João Paulo 2º para a Prelazia de São Félix do Araguaia (MT).
No total, o Brasil passa a ter oito cardeais na instituição, sendo seis eleitores de um novo pontífice. O outro brasileiro que chega para o colégio cardinalício é dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília desde 2020, mesmo ano em que passou a integrar, no Vaticano, a Pontifícia Comissão para a América Latina, cargo que o aproximou do papa.
Edição Web: Bruna Oliveira
Fotos – Dhyeizo Lemos / Semcom e reprodução
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