Manaus (AM) – Mais um capítulo na história do ‘prédio da morte’, o hotel Monteiro, localizado na avenida Joaquim Nabuco, Centro de Manaus, foi escrito na manhã desta segunda-feira (19). Um homem, ainda não identificado, foi encontrado degolado na laje do edifício.
De acordo com o sargento Orestes Ribeiro, da 24ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), um homem, também venezuelano, foi suspeito de participar do crime.
“Houve denúncias por populares que a vítima foi arrastada por criminosos para o interior desse prédio, mas tarde, ele foi encontrado na cobertura e degolado. A princípio, o homem, que foi preso, pode estar ligado aos fatos, segundo informações de populares ele correu para o hotel”, disse o sargento.
Ainda na noite deste domingo (18), um homem foi morto em uma kitnet do prédio com três tiros e um adolescente de 16 anos na última sexta-feira (16), que foi morto por homens armados quando estava sentado na escada do hotel com um tiro na cabeça.
Tiroteio
Policiais receberam a denúncia, na noite de domingo (18), que mais um tiroteio acontecia no edifício e prenderam um homem venezuelano armado no local, momento em que, durante a madrugada, encontraram o corpo degolado.
Moradores deixam o local
As mortes ocorridas no hotel abalaram os moradores que, na manhã desta segunda-feira, começaram a evacuar o edifício, supostamente, por ordem de uma facção criminosa. Na calçada, a movimentação era intensa de populares retirando móveis e carros de frete estacionando próximos ao hotel.
Catiane Paiva, 23 anos, afirmou não aguentar mais viver no prédio e temer pela segurança dela e do filho.
“Deus me livre ficar nesse local. Aí só acontecem desgraças. Parece até que é amaldiçoado. Por isso que esse aluguel é R$ 400. Quem quer viver vendo pessoas sendo mortas por marginais. Nem que a facção não mandasse. Tô caindo fora”, fala assustada.
Altamiro Lira, 72 anos, disse que não é a primeira vez que crimes ocorrem nesse prédio e nas proximidades. “Espanta até os clientes do meu comércio. Já estou vendendo até picolés longe do prédio. Vivem acontecendo coisas horríveis nesse local. Precisa até de exorcismo isso”, comenta.
Saindo do prédio com duas malas e sem destino certo, Antônio Pimentel (nome usado para preservar a identidade), 53 anos, disse nunca mais nem querer passar na frente do local.
“Nem se me pagarem. Não sei para onde vou, mas ficar aí e correr risco de morrer é que não. Fora que o tráfico já mandou sair”, relata.
Os assassinatos estão sendo investigados pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS).
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