Manaus (AM) – Uma das primeiras questões que surgem para aqueles que pensam em empreender é se devem ou não ter um sócio. Além da sinergia, é importante que os sócios estejam em sintonia em termos de valores, propósitos e comprometimento com o sucesso do negócio. Mas e quando o sócio é também o parceiro no amor? Embora seja comum ver casais empreendendo juntos, é crucial encontrar uma maneira em que o relacionamento não prejudique a empresa e vice-versa.
Para o especialista em psicologia clínica, Robson Belo, uma parceria nos negócios pode tanto alavancar quanto afundar o relacionamento. Para ele, a divisão de tarefas é essencial para o sucesso da empresa, assim como o básico de qualquer relacionamento interpessoal: manter uma boa comunicação.
“É preciso definir a priori o que cada um vai fazer no negócio, saber separar as funções e confiar na competência é primordial, como entender qual o plano de negócio, a responsabilidade de cada um no processo e na administração, e o que se espera alcançar com o empreendimento a médio e longo prazo. A dica é sempre olhar pelo lado dos deveres e dos direitos que regulam a boa conduta em qualquer relação comercial. Comunicação, é preciso conversar, ter o seu business meeting, planejar juntos, dividir boas ideias, frustrações e preocupações; o casal deve ter este canal aberto em foco a resolução de problemas e tomada de decisões’’, pontuou.
Apesar de desafiador, dados revelam que, se feito da maneira correta e saudável, o relacionamento do casal tende a melhorar, como descreve um estudo realizado pela International Stress Management no Brasil (Isma-BR), que pontuou que casais que empreendem juntos conseguem entender melhor as angústias vividas no dia a dia, assim como outras circunstâncias da carreira.
A uma plataforma GetNinjas de contratação de serviços no Brasil, também realizou uma pesquisa com seus usuários e identificou que 25% deles empreendem em casal. Desse número, 36,84% dos entrevistados afirmaram que já sonhavam em empreender com o parceiro, entretanto, para 26,32% essa possibilidade não surgiu como escolha, mas sim como uma fonte alternativa de sustento.
Divisão de tarefas
Outro ponto abordado na pesquisa foi a divisão de tarefas entre o casal. Neste quesito, ela mostrou que 52,63% dos casais gerenciam seus negócios juntos. Já 26,3% separam o serviço, ou seja, enquanto um fica responsável pela parte administrativa, o outro atua na execução do serviço.
Além disso, o levantamento também apontou que a maioria dos casais quem empreendem ainda atuam de forma autônoma, (52%), 31% são microempreendedores individuais (MEI’s) e 15% estão registrados no Simples Nacional.
Negócio de sucesso
A empreendedora Paola Furtado de 26 anos, e o namorado, Gabriel Martins de 29 anos também empreendedor, comemoram 5 anos de namoro este ano e já são proprietários de duas empresas juntos: o restaurante de comida caseira Primo Gastronomia e a agência de tráfego pago Fire Growth Ads. Eles contam que a vontade de empreender juntos surgiu durante a pandemia.‘’Quando a pandemia chegou, a gente sentiu a necessidade de abrir um negócio e foi muito natural ser juntos” contam.
Eles contam que o primeiro ano foi bastante desafiador, mas conseguiram encontrar um equilíbrio ao manter um canal de comunicação aberto.
“No início não foi fácil, porque nós estávamos no meio de uma pandemia e empreendendo, então foi uma fase difícil, mas com muito diálogo a gente conseguiu lidar com essas situações e hoje em dia a gente sempre procura manter um diálogo aberto e sem julgamentos. Deu tão certo que nós decidimos abrir mais uma empresa juntos e hoje em dia, não nos vemos trabalhando um sem o outro” relembra o casal.
Para que a relação não azedasse, os dois aprenderam na prática a definir quais eram os momentos de falar de trabalho e quais eram os horários para viver só como casal. “O desafio de não levar os problemas do trabalho ou da casa pro trabalho é muito grande. O Gabriel que falava mais de trabalho em casa do que eu. As vezes eu até tinha que lembrá-lo que não estávamos trabalhando naquele momento”, comenta Paola.
Manter o equilíbrio
O equilíbrio e o comprometimento do casal com a empresa são fatores que beneficiam e aumentam a produtividade do negócio. Saber separar ambiente profissional do ambiente romântico, e principalmente, não levar desavenças de casa para o trabalho, é considerado um exemplo de empatia com o próximo, como explica Robson Belo.
‘’A casa ou a vida romântica não podem ser estendidas no local de trabalho. Trabalhar juntos nos obriga a ter maior empatia com o outro e isso quer dizer que temos que estar mais atentos as necessidades do próximo. Misturar os elementos da vida pessoal e profissional pode gerar uma grande confusão sobre a ordem das coisas; por exemplo, um casal pode se pegar brigando por assuntos da empresa em casa, e na empresa sobre assuntos domésticos’’, cita o psicólogo.
Amor antes de trabalho
Entre as principais dicas para preservar o relacionamento entre casais empreendedores, o psicólogo Robson, destaca que a prática de atividades no tempo livre é essencial para recuperar a vitalidade perdida com o estresse do dia a dia.
‘’Mantenham a intimidade sempre ativa, tirem férias juntos, viagem a dois ou em família, permitam-se o namoro, um jantar, mas nunca deixem de sonhar e planejar o futuro juntos. Mantenham sempre a mente sã e o corpo saudável, cuide da sua saúde, é basicamente uma declaração de amor ao seu cônjuge e a sua família’’, finalizou Belo.
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