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Investimentos em arquitetura flutuante

Projetos com casas que boiam sobre lagos na Nigéria e Holanda trazem inovações que poderão ser usadas para adequar cidades

Enquanto procuramos enfrentar o aquecimento global, existem realidades de nosso clima em mudança com as quais já precisamos conviver. O nível do mar tem subido a um ritmo acelerado, estimando-se que as costas dos EUA tenham um aumento de 25 a 30 centímetros até 2050.

O secretário-geral da ONU alertou que comunidades e países inteiros podem desaparecer nas próximas décadas como resultado; o perigo é especialmente grave para os cerca de 900 milhões de pessoas que vivem em zonas costeiras baixas.

Muitas dessas comunidades vulneráveis já sofreram inundações devastadoras. Mas, em vez de construir quebra-mares para tentar impedir a entrada de água ou erguer casas sobre palafitas, alguns arquitetos estão projetando um futuro em que viveremos com água – e sobre ela.

Propostas para cidades flutuantes inteiras “resilientes ao clima” (incluindo um ambicioso assentamento oceânico na Coreia do Sul e um grande o suficiente para abrigar 20 mil pessoas nas Maldivas) ganharam as manchetes. Mas os projetos existentes, de Lagos a Roterdã, estão mostrando como pode ser a vida sobre a água e como eles podem ser ampliados.

Uma nova exposição no Nieuwe Instituut da cidade holandesa, “Water Cities Rotterdam”, apresenta o trabalho do NLÉ, um escritório de arquitetura liderado por Kunlé Adeyemi que tem pesquisado e testado arquitetura flutuante em todo o mundo. Uma série de pavilhões flutuantes, que evoluiu a partir do aclamado projeto Makoko Floating School, se localiza nas lagoas do museu.

Makoko é um distrito central de Lagos, na Nigéria, onde milhares de pessoas vivem em estruturas informais de madeira construídas sobre palafitas na lagoa. Inspirado pelo assentamento, Adeyemi construiu uma escola para seus moradores em 2012.

Por videochamada, o arquiteto refletiu sobre uma grande enchente que atingiu Lagos em 2011: “Ruas inteiras ficaram cobertas de água e percebi que as cidades vão inundar, mas o povo de Makoko já estava se adaptando. Foi como uma epifania”.

A escola triangular de madeira em forma de A era acessível por barco e incluía salas de aula protegidas e um espaço de lazer comunitário para dezenas de crianças. Em vez de ficar sobre palafitas, a estrutura flutuava sobre uma base de barris de plástico. A escola ruiu alguns anos depois, embora o NLÉ tenha esclarecido que sempre teve a intenção de ser temporário, alegando que a falta de manutenção e gestão coletiva levou à sua deterioração.

*Com informações da CNN

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