Manaus (AM) – Passados dois séculos da Belle Époque, do seu luxo, vigor e riqueza, a Prefeitura de Manaus tem atuado intensamente e sem medir recursos próprios para resgatar o centro histórico da capital com vistas à recuperação, revitalização e reabilitação da região com o programa “Nosso Centro”, lançado pelo prefeito David Almeida em 2021.
E os projetos, planos, programas e parte da história relacionada à região central deu origem a uma exposição institucional e de educação patrimonial, que ficará em cartaz no Museu da Cidade, a partir desta terça-feira, 8/8, com entrada gratuita, em painéis montados para apresentar à população, estudantes e visitantes tão importante resgate do patrimônio arquitetônico, cultural e humano da cidade. A mostra foi organizada por equipe do Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb) e conta com apoio da Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult).
O centro histórico é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 2012, segundo o qual “apresenta uma porção urbana formada por edificações do período áureo mesclada a edifícios modernos”. Sua área tombada “representa um dos maiores testemunhos de uma fase econômica ímpar no Brasil: o período da borracha”.
Nos 15 painéis expostos no museu, o público poderá conferir os projetos desenvolvidos na gestão David Almeida; as obras que estão em construção na área – mirante Lúcia Almeida, casarão Thiago de Mello e largo de São Vicente –, que envolveram a desapropriação de seis imóveis; e os projetos em desenvolvimento, como a reforma e conservação do Palácio Rio Branco, a reforma e reuso do Museu do Porto e os novos habitacionais propostos para o território.
O programa “Nosso Centro” busca meios de promover reformas e recuperação de imóveis abandonados ou sem uso, criando novas áreas de qualidade, como as que já estão em obras entre o início da 7 de Setembro e a rua Bernardo Ramos. Mas também uma série de ações para melhoria da governança, incentivos fiscais, inovação, habitação de interesse social e investimentos públicos, envolvendo ainda a promoção de eventos culturais e economia criativa.
Com um conjunto de 37 intervenções desenhadas para quatro etapas, o programa tem arquitetura desenvolvida e coordenação do Implurb, com ação da Comissão Técnica para Implementação e Revitalização do Centro Histórico de Manaus. A comissão foi criada pelo Decreto Municipal nº 5.034/2021 e conta com as secretarias municipais de Finanças e Tecnologia da Informação (Semef); do Trabalho, Empreendedorismo e Inovação (Semtepi); da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc); de Segurança Pública e Defesa Social (Semseg); e de Limpeza Urbana (Semulsp); além do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) e da Manauscult.
O programa
O “Nosso Centro”, como apresenta a exposição, tem três eixos focais: “Mais Vida”, “Mais Negócios” e “Mais História”, e se soma a um conjunto arquitetônico de grande relevância para a cidade.
Para o diretor-presidente da Manauscult, Osvaldo Cardoso, é de suma importância que a sociedade conheça a origem e história do povo manauara, bem como o trabalho conjunto das secretarias da Prefeitura de Manaus para o desenvolvimento cultural e histórico da capital amazonense.
“Um povo sem história está fadado ao fracasso, por isso, essa exposição, contando a história de onde tudo começou, que é no centro histórico, é um elemento riquíssimo que precisa ser explorado pelos estudantes, pesquisadores e toda a sociedade. E essa parceria com o Implurb e demais secretarias, vem para fortalecer ainda mais o resgate do centro da nossa cidade, o resgate da nossa cultura e origem”,
pontuou.
A região central de Manaus é uma memória visível da herança edificada, do patrimônio cultural e da ancestralidade amazônica, exibida em toda sua beleza, tanto estrutural quanto decorativa. E essa importante parte da história é contada por seus edifícios, muitos erguidos na Belle Époque, criando uma relação de afeto para muitos manauaras, carregada de cultura, em meio a residências e ruas de intenso comércio.
“Uma cidade sadia, rica de qualidade para seus habitantes, que valoriza o seu passado”, disse o diretor do Museu da Cidade de Manaus (Muma), Leonardo Novellino, curador da mostra. “E a atual gestão do prefeito David Almeida valoriza a memória da cidade de Manaus investindo para o futuro. A valorização do centro histórico é importantíssima e, agora, ele ganha uma requalificação, uma atenção especial, revelando uma riqueza multimilenar, todo um legado dos povos originários indígenas, nos seus saberes e fazeres, na sua gastronomia, na sua medicina, na sua farmacologia”,
explicou.
Novellino recorda os dois grandes momentos econômicos da capital, um na Belle Époque e outro na Zona Franca de Manaus, onde o Centro se transforma, passa e ultrapassa mudanças e se ajusta ao tempo. “É uma rica história que, agora, com o ‘Nosso Centro’, poderá ser reabilitada para a população, graças a todos esses investimentos e a requalificação da área”.
Com o “Nosso Centro”, a prefeitura quer levar mais vida e fazer “fervilhar” a região criando oportunidades de negócios, movimentando o mercado da construção civil e aprimorando os espaços urbanos. “Manaus, como outras seis cidades do Brasil, tem planos de requalificação para seu Centro. Aqui, procuramos enaltecer e valorizar a nossa cultura, tornando-a um importante patrimônio físico e cultural para as próximas gerações. Nosso papel visa preservar e conservar os monumentos, mas também de reabilitar, de dar novos usos dentro da legislação em vigor, trazendo sua ocupação para o contemporâneo, com valores sociais, econômicos, históricos, simbólicos, dentro de um Centro tradicional”, afirmou o diretor-presidente do Implurb, Carlos Valente.
Reabilitar é uma composição de atividades, habilitando novos espaços, reabilitando a partir de novas funções, de reusos, de políticas públicas, de incentivos e iniciativas privadas, tendo como foco as múltiplas funções urbanas, mas preservando a historicidade em um mesmo fragmento urbano.
E é no centro da capital que ainda se encontram monumentos e sítios urbanos sobre o território municipal, que tem uma das melhores infraestruturas instaladas, mas que convive com fragmentos subutilizados e que precisam de ocupação.
A grande área de intervenção da Prefeitura de Manaus se localiza em área de tombamento federal, na vizinhança de outros edifícios históricos, como o Centro Cultural Óscar Ramos, Museu da Cidade de Manaus, praça Dom Pedro II, Casarão da Inovação Cassina, Palácio Rio Branco, dentre outros.
Tendo de fundo a beleza do rio Negro e a vista para a ponte jornalista Phellipe Daou, hoje, as obras na região central seguem em ritmo acelerado e têm prazo de 300 dias corridos. A previsão é que elas sejam inauguradas antes do Natal deste ano, um verdadeiro presente à população e seus patrimônios.
*Com informações da assessoria
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