Um estudo recente publicado pela revista cientifica Jama Network Open indica que ter alguém para conversar faz muito bem para a saúde cerebral melhorando a resiliência cognitiva e prevenindo o surgimento de complicações neurológicas decorrentes do envelhecimento ou de enfermidades.
Resiliência de forma geral é entendida como a capacidade de superar os obstáculos e se adaptar em situações difíceis. Na adversidade, a pessoa utiliza sua força interior para se recuperar. Já a resiliência cognitiva deve ser entendida como um conceito teórico que tenta explicar a capacidade geral de permanecer cognitivamente saudável, apesar das alterações patológicas relacionadas à idade.
O estudo demonstrou que indivíduos que possuíam suporte social, ou seja, mantinha relações de amizades ou tinha alguém para conversar e aliviar suas tensões, padeciam muito menos de complicações neurológicas.
Na prática, uma boa companhia e conversas interessantes, podem ter efeitos poderosos e de acordo com pesquisadores, tem a capacidade de diminuir o declínio cognitivo ou retardar o desenvolvimento dos sintomas do Alzheimer, o que é extremamente importante, uma vez que não existe cura para essa doença.
Sempre foi de senso comum que ter alguém para conversar, trocar uma ideia e por que não, desabafar. Fazia bem para a saúde mental. Nesses tempos de pandemia, com isolamento social e todas os seus desdobramentos, conversar, funcionou como uma válvula de escape para o controle dos medos, angustias e um sopro de esperança nesse período de inseguranças.
Estudos como este, trazem bases solidas e demonstram a importância desse hábito muitas vezes inocente para a vida das pessoas. E funcionariam quem sabe, como uma força motriz para o prolongamento da vida. Afinal, todo mundo precisa de um ombro amigo.
Artigo de opinião de Swammy Mitozo
*Médico oftalmologista. Tem formação em Oftalmogeriatria, com especialização em Gerontologia e Saúde do Idoso. Atua como diretor clínico na Policlínica Codajás, é coordenador e pesquisador no ambulatório de oftalmologia na FUnATI (Fundação Universidade Aberta da Terceira Idade ) e cursa mestrado em Doenças Tropicais e Infecciosas pela Fundação de Medicina Tropical (UEA/FMT – HVD)
Edição Web: Bruna Oliveira
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