Manaus (AM) – Para responder uma série de perguntas sobre o sistema de energia do estado, o diretor técnico da Amazonas Energia de Manaus, Rodrigo Moreira, e o diretor técnico do interior, Radyr Oliveira, foram ouvidos pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da concessionária, na sexta-feira (11), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
Em seu depoimento, Rodrigo Moreira deu algumas explicações, como por quê alguns medidores substituídos pela concessionária apresentaram contagem superior, segundo o Instituto de Pesos e Medidas (Ipem), impactando diretamente o valor cobrado nas faturas.
“Todos os laudos que nós recebemos do Ipem estão passando por avaliações, até porque a própria legislação da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) estabelece que em caso de faturamento equivocado, o dinheiro deve ser devolvido e a fatura corrigida”,
declarou o diretor técnico da Amazonas Energia de Manaus, Rodrigo Moreira.
Em seguida, o presidente da CPI, deputado estadual Sinésio Campos (PT), disse que tal atitude é preocupante, uma vez que “se tem laudo de um órgão com prerrogativa técnica para emitir o documento, não há necessidade de a concessionária avaliar, novamente”, apontou.
Já o diretor técnico do interior, Radyr Oliveira, destacou que não existe ajuste de contas com relação ao repasse da Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública (Cosip) às prefeituras. “Não há encontro de contas, o que temos é uma cobrança da conta de consumo da iluminação pública, abatido da arrecadação”.
Em contrapartida, Sinésio Campos afirmou ter informações precisas de que há retenção da Cosip, configurando o encontro de contas. “Temos dados e elementos suficientes que contradizem a sua manifestação”, exclamou.
Em meio ao impasse da Cosip, os parlamentares que integram a CPI aprovaram um requerimento para encaminhar o expediente ao Tribunal de Contas do Estado, solicitando providências para a realização de inspeção nas contas das prefeituras municipais, no intuito de apurar as denúncias feitas à comissão, de que tais municípios estão em débito com a Amazonas Energia.
“Queremos que seja apresentado um relatório a respeito da fiscalização e inspeção nas contas, no prazo de 20 dias, visando a solução do impasse caso os débitos sejam reconhecidos”,
falou o presidente da CPI da Amazonas Energia, deputado estadual Sinésio Campos.
Falta de luz em Parintins
Sinésio também chamou atenção para a 29ª reunião da CPI, ocorrida em Parintins, em que recebeu o depoimento do presidente do distrito de Terra Preta do Limão, Josenildo Belém, relatando que devido às quedas de árvores, o distrito ficou sem energia durante 15 dias.
“Esse fato contraria um dos dispositivos legais da Aneel, que indica que a empresa deve reabastecer a energia elétrica no prazo de 48h. Agora, imagine uma comunidade inteira permanecer 15 dias sem luz, sem nenhum tipo de assistência. É desumano!”,
desabafou Sinésio.
Sobre o caso, Radyr Oliveira esclareceu que a concessionária tem 40 mil quilômetros de rede na floresta, dos quais 17 acessados por meio de barco, o que dificulta a atividade da empresa, mas estuda uma maneira de sanar o problema.
“Não dá mais para ficar estendendo rede, é dificultoso porque ora tem estrada, ora é inundada como, por exemplo, as áreas de várzea. Mas existe um projeto para atendermos esses locais a partir do painel solar”, explicou o diretor técnico do interior, Radyr Oliveira.
*Com informações da assessoria
Edição: Leonardo Sena
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