Goiás – O médico Márcio Antônio Souza Júnior, conhecido como Dr. Marcim, que filmou um trabalhador negro acorrentado pelos pés, mãos e pescoço, em uma fazenda na cidade de Goiás, antiga capital do estado, foi indiciado, nesta segunda-feira (14), por racismo.
O inquérito iniciado na delegacia local foi remetido ao Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri), em Goiânia.
No vídeo que gerou a investigação, o médico mostra o homem preso às correntes e diz: “Aí, ó, falei para ele estudar, mas ele não quer. Então, vai ficar na minha senzala”.
Veja o vídeo:
Racismo
De acordo com o delegado responsável pela investigação do caso, Joaquim Adorno, a conduta foi de “racismo recreativo”. Segundo ele, o indiciado responde em liberdade e não cabe prisão no momento.
“Tem que reforçar que não é porque foi uma ‘brincadeira’, que não é crime”, disse o investigador ao G1.
Caso seja condenado, a pena pode ser de dois a cinco anos de prisão. À época do crime, o médico chegou a gravar uma outra série de vídeos pelas redes sociais, em que pediu desculpas.
Márcio Antônio disse que tudo “foi uma encenação teatral” e “uma zoeira”. Na explicação publicada em seu perfil no Instagram, ele argumentou que não teve a intenção de magoar, irritar ou fazer apologia à escravidão.
“Olá, em relação à peça fictícia que eu e meu amigo fizemos, gostaria de deixar bem claro que a gente fez o roteiro juntos, a quatro mãos. Foi como se fosse um filme. Foi uma zoeira. Não teve intenção nenhuma de magoar, de irritar ou nenhuma apologia a nada. Gostaria de deixar bem claro: ele é meu amigo e gostaria de pedir desculpas, se alguém se sentiu ofendido. Mas foi uma encenação teatral. Desculpe”, diz o médico no vídeo explicativo.
*Metrópoles
Edição Web: Bruna Oliveira
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