Manaus (AM) – A Zona Franca de Manaus (ZFM) ganhou destaque, nesta semana, durante a votação da Reforma Tributária na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal, após críticas feitas pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em razão das vantagens do modelo preservadas pela proposta aprovada.
A fala de Flávio Bolsonaro ocorreu após o relator da reforma, senador Eduardo Braga (MDB-AM), rejeitar uma emenda de autoria do senador, voltada para a distribuição de royalties de petróleo, o que beneficiaria o estado do Rio de Janeiro.
O ataque à ZFM gerou reações de parlamentares amazonenses. Ainda durante a votação, o senador Omar Aziz (PSD-AM) disse ser um momento histórico para o Senado, independentemente dos posicionamentos contrários.
“É natural que em uma questão tão complexa como essa, haja divergência, mas, de forma nenhuma, pode dizer que com essa reforma tributária vai ficar pior do que já está. Isso é discurso para quem é oportunista, está atrás de voto e não está atrás de resolver os problemas que o país enfrenta”, afirmou em resposta à fala de Flávio Bolsonaro.
Em publicação nas redes sociais, o deputado federal Saullo Vianna (União) também se pronunciou, ao afirmar que a crítica é desinformada, ignorante e um erro grave.
“A ZFM é um pilar do desenvolvimento do Amazonas e do Brasil, gerando empregos, impulsionando a economia e contribuindo para a preservação do meio ambiente. O senador deveria fazer a lição de casa antes de fazer afirmações desse tipo. Na Reforma Tributária, a Zona Franca deve ser protegida e valorizada”, pontuou.
Durante a sessão, o parlamentar afirmou que a Zona Franca pode causar prejuízos à nível nacional, ocasionando desemprego. Além disso, disse haver tratamento desigual entre Amazonas e o Rio de Janeiro, devido ao estado carioca ter um maior número de deputados estaduais e não conseguir aprovar a proposta.
“Manaus tem que ser o novo Vale do Silício, e o resto do Brasil, uma Argentina, já que as indústrias de todo o país vão para a Zona Franca de Manaus por causa do custo baixo de produção ou serão incentivadas a adquirir matérias-primas no Amazonas. Isso pode causar desemprego no Brasil inteiro, exceto no Amazonas”, ironizou.
O texto-base da proposta foi aprovado por 20 votos contra 6, incluindo o de Flávio Bolsonaro.
Reunião com Lula
O senador Eduardo Braga participou estrategicamente com o presidente Lula (PT), no início da semana, no Palácio do Planalto, em Brasília. Durante o encontro, foram discutidas questões econômicas relevantes para o Brasil e o Amazonas, como a votação da Reforma Tributária no Congresso Nacional.
“Lula tem se mostrado muito amigo do Estado, preocupado com nosso povo por conta da grande seca e das queimadas. Estamos alinhados pela busca da melhor qualidade de vida para os amazonenses e não vamos parar”,
disse após a reunião.
Estiveram presentes na reunião os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Confúcio Moura (MDB-TO), Davi Alcolumbre (União-AP), Efraim Filho (União-PB), Fabiano Contarato (PT-ES), Jacques Wagner (PT-BA), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Weverton Rocha (PDT-MA), Otto Alencar (PSD-BA), Eliziane Gama (PSD-MA), além dos ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais).
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