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Investigação

Saiba quem é o técnico da Seleção Amazonense de Vôlei que explorava sexualmente jogadores

Técnico é suspeito de abusar sexualmente dos jogadores da faixa etária de 15 e 16 anos

Reprodução: Redes Sociais

Manaus (AM) – Nesta terça-feira (14), a Polícia Civil do Amazonas deflagrou a “Operação Bloqueio”, que prendeu o técnico da Seleção Amazonense de Vôlei da categoria Sub-16, identificado como Walhederson Brandão Barbosa, de 40 anos.

O técnico foi encontrado em sua própria residência, no bairro na Vila da Prata, na Zona Oeste de Manaus, junto com seis adolescentes, sendo que dois menores estavam dormindo com ele na mesma cama.

Segundo as investigações, o técnico é suspeito de abusar sexualmente dos jogadores da faixa etária de 15 e 16 anos. Cinco vitimas prestaram depoimento e afirmaram que, em troca de vaga no time, precisavam fazer sexo com Walheberson.

“Há quase 20 anos ele atua da mesma forma, imaginamos haver um número muito maior de vítimas. Hoje, na casa, nós também pedimos busca e apreensão de possíveis vítimas que estariam ali, porque havia relatos de que ele também acabava trazendo meninos do interior e abrigando esses meninos na casa dele. Acreditávamos que tinha dois adolescentes na casa dele. Entretanto, nós encontramos seis garotos residindo na casa, inclusive um garoto do município de Nova Olinda do Norte, em que os pais confiaram nesse homem como uma espécie de tio, para que ele pudesse ali orientar o garoto”,

esclareceu a delegada Joyce Coelho.

As diligências iniciaram após denúncia anônima informando sobre um vídeo que teria sido compartilhado em redes sociais, no qual o técnico aparece tendo relações sexuais com dois adolescentes.

“A partir desse vídeo identificamos tanto o autor, quanto as vítimas. O primeiro adolescente identificado tinha 16 anos, ele admitiu e contou os fatos. Depois de várias notícias, nós verificamos que o modus operandi do técnico é igual. Ele é um treinador, que tem acesso a vários estudantes, de escolas públicas, particulares e é técnico da Seleção Amazonense sub-16”,

explicou a delegada.

A delegada Joyce reforçou que houve uma possível omissão da Federação Amazonense de Voleibol (FAV), por já haver denúncias contra o técnico que foram anteriormente arquivadas pela entidade.

“Há uma situação de uma possível omissão da Federação Amazonense de Voleibol, uma vez que várias vítimas já relataram que fizeram denúncias formais na entidade, e a federação apenas fez sindicâncias internas, mantendo o treinador no cargo, ou seja, deixando o treinador ter acesso aos adolescentes, conviver com os adolescentes, levar os meninos a hotéis, para dentro de casa, então, essa situação nós vamos consultar a federação para que eles esclareçam, e também nos encaminhem essas sindicâncias que teriam sido realizadas, apenas de uma maneira interna, sem comunicar à Polícia Judiciária”

ressaltou Joyce Coelho.

Durante a coletiva, a autoridade policial citou que o acusado atuava como técnico no Colégio Brasileiro Pedro Silvestre, da Seleção Amazonense de Vôlei e também na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra).

A Secretaria de Estado de Educação e Qualidade de Ensino do Amazonas (Seduc) enviou uma nota ao Em Tempo e informou que Walhederson não integra o quadro de servidores da rede estadual de ensino. A secretaria ressaltou que o mesmo, por meio de um termo de voluntariado, desenvolveu uma seletiva de jogadores para integrar um time estudantil de vôlei masculino e solicitou a cessão de uso da quadra do Colégio Brasileiro Pedro Silvestre para a prática das atividades, porém, em 2023, a atividade deixou de ser desenvolvida nas dependências da escola. A Secretaria de Educação se colocou à disposição das investigações para eventuais esclarecimentos.

A Ulbra também se manifestou por meio de nota e pontuou apenas mantém, desde o início do ano, convênio com a Federação Amazonense de Voleibol para cedência do complexo esportivo para os treinamentos da seleção de vôlei. Ela ressaltou que o suspeito investigado não faz parte de seu quadro de professores, repudiou qualquer prática ilícita e reforçou seu compromisso com a formação integral do ser humano.

Federação Amazonense de Voleibol

Em nota, a FAV repudiou o caso e disse que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.

A Justiça decretou a prisão temporária do técnico por 30 dias. O homem deve responder por favorecimento à prostituição e exploração sexual dos próprios alunos.

Após a prisão, a Federação Amazonense de Voleibol se manifestou e disse que não tolera qualquer tipo de assédio. “Seus profissionais devem ter, além da competência que o cargo exige, compromisso com a conduta pessoal”, afirmou a nota.

Segundo a federação, o técnico foi suspenso. “Enquanto as autoridades tomam as devidas providências, a FAV opta por suspender o referido técnico de todas as atividades oficiais desta federação, bem como suspender por tempo indeterminado o registro Nacional de treinador no Sistema Nacional de Registro”, disse.

Ainda conforme a entidade, não houve registro de fatos que indicassem a ocorrência dos casos registrados pela Polícia Civil. “A Federação Amazonense de Voleibol em nenhum momento, em busca de qualquer atitude nociva de treinador, encontrou qualquer tipo de ocorrência que nos levasse ao conhecimento das atitudes repugnantes do envolvido”, finaliza a nota da instituição.

Procedimentos

O técnico responderá por favorecimento à prostituição de menores, exploração sexual, armazenamento de imagens contendo cena de sexo e estupro de vulnerável.

A defesa de Walhederson Brandão Barbosa informou à imprensa que não teve acesso aos autos e só vai se pronunciar após ter ciência das acusações.

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