O envelhecimento é uma jornada inevitável, marcada não apenas pelas linhas do tempo, mas pelas experiências e sabedorias adquiridas ao longo do caminho. Ao completar 46 anos, ou melhor, ao celebrar mais de quatro décadas de vida, encontro-me em um ponto de reflexão profunda sobre o que significa envelhecer e como essa jornada influencia a essência de quem somos.
A maturidade, muitas vezes, é vista sob uma luz de resistência ou temor, como um lembrete constante do tempo que inexoravelmente avança. No entanto, nesta etapa da vida, percebo uma liberdade emergente: a liberdade de ser autêntico, libertado das inseguranças e expectativas que comumente marcam nossos anos mais jovens.
Com cada ano que passa, o envelhecimento revela-se menos sobre a soma do tempo e mais sobre a riqueza das experiências acumuladas. Nesta fase, há uma valorização mais intensa pela vida, um entendimento mais matizado das relações humanas e um anseio claro por um viver intencional e significativo.
Contudo, amadurecer traz consigo seus próprios desafios, tanto físicos quanto emocionais. Nosso corpo começa a narrar a história de uma vida vivida, cada marca refletindo um capítulo, uma lição aprendida. Em vez de ver essas marcas como perdas, opto por encará-las como testemunhos de uma jornada rica e multifacetada. Sorte a minha.
A dualidade entre juventude e maturidade oferece uma perspectiva valiosa. A juventude é muitas vezes sinônimo de energia e descoberta, enquanto a maturidade traz consigo uma serenidade e clareza conquistadas através do tempo. Agora, mais do que nunca, entendo que a beleza de amadurecer não se encontra no anseio pelo passado, mas na habilidade de abraçar cada nova fase com gratidão e aceitação.
A sociedade pode retratar o envelhecimento como uma batalha contra o tempo, mas, para mim, tornou-se uma celebração da vida, uma oportunidade para aplicar as lições do passado com sabedoria e viver com uma consciência renovada. É uma chance de valorizar os momentos simples e compreender profundamente o que realmente importa.
Nesta caminhada, aprendi que o envelhecimento é uma arte – uma que demanda aceitação, coragem e, acima de tudo, amor: amor próprio, amor pela vida e amor pelas pessoas que fazem nossa existência valer a pena. Com essa maturidade, encaro o futuro não com medo, mas com um propósito renovado e a promessa de aproveitar cada dia ao máximo.
Ao refletir sobre essa etapa da vida, percebo que envelhecer é uma dádiva – uma jornada que nos permite explorar a plenitude do ser. Em cada novo amanhecer, há uma oportunidade para viver de forma mais consciente e significativa.
Assim, encaro o futuro com a convicção de que a verdadeira riqueza da vida reside na tapeçaria de experiências que acumulamos, e não na contagem dos anos. “A maturidade traz consigo a sabedoria de que cada dia é um presente, cada experiência uma lição e cada momento uma oportunidade para crescer e florescer”. Que todos possamos abraçar o envelhecimento com graça, enfrentando cada novo dia com gratidão, coragem e um eterno senso de maravilhamento.
Dr. Swammy Mitozo – Médico Oftalmologista, especialista em Gerontologia e Saúde do Idoso. Pesquisador da FUnATI. Mestre em Doenças Tropicais e Infecciosas pela Fundação de Medicina Tropical (UEA/FMT)
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