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Acidente de trabalho

Família de eletricista morto em acidente de trabalho lamenta postura de concessionária

Após decisão contrária de indenização, Amazonas Energia prepara recursos judicias, segundo advogado da família da vítima

Foto: Divulgação

Manaus (AM) – Em 2018, o eletricista Joseney Oliveira Vasconcelos, de 50 anos, morreu durante um serviço de trabalho. Com a perda, a família procurou uma indenização, concedida em um valor próximo a R$ 1 milhão pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Amazonas e Roraima). Porém, a morte prematura do eletricista, sem instrumento de segurança ou suporte oferecido pela concessionária Amazonas Energia, ainda abala duramente a filha e a viúva do eletricista falecido.

O trabalhador da Amazonas Energia era constantemente chamado para realizar as manutenções do sistema de energia em todo o interior, quando foi designado para executar a extensão de rede de média tensão no alto de um poste, na rua Francisco Augusto Belém, Bairro Santa Clara, no município de Parintins, a 372 quilômetros de Manaus, no dia 6 de junho de 2018.

No serviço, sofreu choque elétrico e caiu de uma altura de 11 metros. Joseney trabalhou na concessionária Amazonas Energia desde 1990 e morreu no local do acidente.

Às vésperas do Festival Folclórico de Parintins, o que era para ser um período de alegria e festividade foi marcado por sentimento de perda e dor para uma família.

Conforme o advogado Daniel Félix, o eletricista Joseney Oliveira era submetido a muita pressão para terminar o serviço antes do festival.

“Na queda, bateu a cabeça no chão, sofrendo um traumatismo craniano, com hemorragia cerebral, e teve morte instantânea”,

conta o advogado da viúva do eletricista.

Indenização

A morte de Joseney abalou drasticamente a família, que buscou indenização por danos materiais e morais no Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região.

Após as investigações e a coleta de provas e dados, foi comprovado que a empresa Amazonas Energia falhou em fornecer proteção, segurança e fiscalização do trabalho durante o tempo de trabalho.

“Falhou, sobretudo, em fornecer o Sistema de Proteção Contra Quedas (SPQC), previsto na Norma Reguladora nº 35. Se a empresa tivesse cuidado de fornecer apenas este equipamento, a fatalidade JAMAIS teria ocorrido”, explica o advogado.

Após um ano do início do processo, a juíza do trabalho da 16ª Vara do Trabalho de Manaus, Sandra Mara Freitas Alves, determinou que a empresa Amazonas Energia pagasse cerca de R$ 986.622,96 à viúva e à filha do eletricista falecido por não fornecer o treinamento e os equipamento adequados de proteção.

Assim, a juíza descartou o argumento da Amazonas Energia de que a culpa do acidente era exclusiva da vítima. Mesmo assim, a concessionária vai recorrer em segunda instância do TRT-11, segundo a decisão dos desembargadores.

Conforme o advogado Daniel Félix, até hoje a família ainda não se recuperou da morte de Joseney Oliveira. “Ela não aceita uma morte tão prematura e lamenta que a Amazonas Energia, ao invés de se submeter à decisão, esteja interpondo recursos judiciais meramente protelatórios para o TST”, afirma o delegado.

A concessionária de energia foi procurada pela reportagem, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.

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