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Levantamento

Pesquisa aponta que energia elétrica tem maior peso no orçamento doméstico na região Norte

Em contrapartida, a pesquisa da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) mostrou que, em 2023, o Amazonas foi o estado do país com mais furtos de energia

Foto: Reprodução

Manaus (AM) – Uma pesquisa feita pelo Instituto Pólis, em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec), apontou que 66% dos moradores da região Norte alegam que a energia elétrica é o fator mais pesado no orçamento doméstico das famílias entrevistadas.

Segundo o estudo que avaliou todas as regiões do país, para 49% da população a energia elétrica é o item de maior impacto no orçamento, junto da alimentação. Conforme o levantamento, 25% dos mais pobres reduzem consumo ou deixam de comprar comida para pagar fatura.

“As tarifas de energia elétrica no Norte e no Nordeste do Brasil tendem a ser mais caras devido a uma série de fatores específicos da região. Em primeiro lugar, essas áreas têm uma menor densidade populacional e, portanto, uma demanda menor por energia, o que pode resultar em custos de distribuição e transmissão mais elevados”,

enfatiza o Instituto Polis.

“A infraestrutura de transmissão de energia elétrica nessas regiões, muitas vezes, enfrenta desafios logísticos e geográficos significativos, como a vastidão territorial e as condições climáticas adversas, o que pode aumentar os custos de manutenção e operação”, complementa o estudo.

Avaliação

O estudo revela ainda a situação difícil e problemática que as famílias mais pobres do país se encontram em relação ao pagamento da tarifa de energia elética. Seis em cada dez famílias das classes D e E, com renda de até um salário mínimo (R$ 1.412), declaram que suas contas de luz estão em atraso.

“A ampla maioria da população defende que a falta de capacidade de pagamento da conta de luz não deve sujeitar as famílias inadimplentes a cortes de fornecimento, visto que o acesso à energia elétrica deveria ser assegurado como direito inviolável. Na opinião de 84% dos brasileiros, segundo os dados coletados pelo IPEC, a energia elétrica deveria ser um direito fundamental garantido pelo Estado”,

descreve o Instituto Polis.

Questões como cor, raça e classe social acentuam ainda mais a crise energética. Famílias com renda de até um salário mínimo (R$ 1.412) e pessoas negras são os mais afetados pelo problema.

Atualmente, existe um programa do governo federal, intitulado Tarifa Social de Energia Elétrica, que é responsável por dar descontos na tarifa de luz para famílias carentes, mas para 57% dos entrevistados, a medida não é eficaz.

Revisão tarifária do Amazonas

No final de maio, a Amazonas Energia, empresa responsável pela distribuição e comercialização de energia elétrica nos 62 municípios amazonenses, recebeu o aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que aprovou a Revisão Tarifária Periódica 2024. Com a decisão, a tarifa aumentou 2,89% para os consumidores residenciais.

Em contrapartida, a pesquisa da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee) mostrou que, em 2023, o Amazonas foi o estado do país com mais furtos de energia.

Em primeiro lugar ficou o Rio de Janeiro com 11,27 milhões de MWH; em segundo lugar é ocupado por São Paulo, com 6,98 milhões de MWH; e em terceiro lugar, o Amazonas com 4,47 milhões de MWH.

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