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Caso Djidja

‘Não fiz nada que possa me envergonhar’, afirma maquiadora do salão da família de Djidja após deixar penitenciária

Maquiadora teve prisão preventiva convertida em domiciliar e deixou penitenciária nesta quinta (6)

Foto: Reprodução

Manaus (AM) – A maquiadora Claudiele Santos, funcionária do Salão Belle Femme, que pertencia à família da ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, afirmou, durante a sua saída da penitenciária, que não participava de nenhuma seita religiosa que usava ketamina em rituais.

Durante a quarta-feira (5), o Tribunal de Justiça de Amazonas converteu a prisão de Claudiele de preventiva para domiciliar, já que a maquiadora é mãe de três filhas, incluindo uma criança de 2 anos.

Nesta quinta (6), Claudiele afirmou à imprensa que não tem envolvimento na seita “Pai, Mãe, Vida”, que seu envolvimento com os acusados era apenas profissional.

“No que eu mais me apeguei foi ao amor das minhas três filhas, e é tudo o que eu preciso nesse momento: somente ver as minhas filhas, ficar com elas. E eu não fiz nada que eu possa me envergonhar, eu não fiz nada que eu possa envergonhar minha carreira. Trabalho desde o 17 anos, sou mãe solteira para criar e educar minhas filhas, e eu jamais faria uma coisa dessas ou qualquer coisa que manchasse a minha imagem e imagem das minhas filhas”,

declarou.

A maquiadora chorou ao abraçar algumas pessoas na saída da unidade prisional. Agora, ela segue monitorada por uma tornozeleira eletrônica.

Prisão domiciliar

O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) converteu a prisão preventiva da maquiadora do salão Belle Femme, Claudiele Santos da Silva, de 34 anos, para domiciliar, na quarta-feira (5). Ela é investigada pelo uso de ketamina, droga que matou a ex-sinhazinha do Boi Garantido, Djidja Cardoso, segundo inquérito policial.

A decisão foi justificada pelo ao fato dela ter uma criança menor de 12 anos de idade, que necessita de cuidados maternos integralmente. De acordo com o advogado Kevin Teles, a maquiadora possui um filho de dois anos que ainda está na fase de amamentação. 

Assim, Claudiele será monitorada por tornozeleira eletrônica e não poderá sair do endereço registrado pela Justiça.

Caso Djidja

As investigações sobre o caso Djidja continuam e novos relatos de familiares revelaram que a ex-sinhazinha do Boi Garantido, encontrada morta em Manaus, por suspeita de overdose, foi impedida pela mãe e o irmão de receber ajuda e tratamento contra a dependência química.

De acordo com os familiares que denunciaram Ademar Cardoso e Cleusimar Cardoso, irmão e mãe da ex-sinhazinha, há pelo menos um ano Djidja passou a ser usuária da ketamina. Uma prima informou que os três viviam o drama da dependência química e, nos últimos meses, devido ao uso constante da droga, Djidja ficou debilitada ao ponto de não conseguir mais sair da cama.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Ela estava usando fralda, não conseguia mais se levantar, as pernas inchadas. A Djidja não queria que as pessoas vissem ela daquele jeito. Ela já estava com vergonha da aparência dela, mas para eles [mãe e irmão] era normal”, disse a prima, que pediu anonimato.

Dias antes de Djidja ser encontrada morta, outra prima dela registrou, no dia 24 de maio, um Boletim de Ocorrência (BO) contra a mãe e o irmão da ex-sinhazinha por sequestro e cárcere privado. A denúncia consta no inquérito policial que investiga o caso.

Ainda conforme o registro, a prima denunciou que Djidja não podia receber visitas e nem sair de casa, pois se encontrava sempre sob efeito da droga. Também foi relatado no BO que o irmão era o responsável de levar a droga para dentro de casa e permitir que a família fizesse uso.

“Ela ficou muito dependente. Então ela não vivia mais sem. Várias vezes a gente tentou fazer alguma coisa, nós fizemos BOs. Porém, a mãe e os funcionários proibiram nossa entrada. A gente não podia fazer nada”, disse.

Investigação

Há pouco mais de um mês, a polícia começou a investigar Djidja, o irmão e a mãe dela por tráfico de cetamina. Segundo o inquérito, os três criaram um grupo religioso chamado, “Pai, Mãe, Vida”, que incentivava o uso da droga para alcançar uma falsa plenitude espiritual.

Conforme as investigações, a gerente do salão de beleza de Djidja, Verônica da Costa, era a responsável por comprar a droga ilegalmente, sem receita médica. Ela tinha apoio de Marlisson Vasconcelos e Claudiele Santos, que também eram funcionários da família Cardoso. Os três (Verônica, Marlisson e Claudiele) também estão presos por ordem judicial.

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