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Abril azul

Psicóloga do AM esclarece dúvidas sobre diagnóstico e tratamento do autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) tem causas multifatoriais, genéticos e ambientais, conforme a psicóloga

Manaus (AM) – Abril é um mês marcado pela cor azul que aborda o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e, neste sábado (2), é celebrado o Dia Mundial de Conscientização sobre o Autismo. A psicóloga do Centro de Atenção Integral à Criança e ao Adolescente – Caic+ Ana Braga, esclarece informações essenciais sobre diagnóstico e acompanhamento.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o TEA afeta 70 milhões de pessoas no mundo. No Brasil, estima-se que dois milhões de brasileiros tenham o diagnóstico de autismo.

O autismo é um transtorno que afeta o desenvolvimento neurológico de crianças e adolescentes, interferindo na comunicação e comportamento dos indivíduos. A psicóloga Catarina Araújo afirma que pais e responsáveis precisam estar atentos aos sinais de dificuldades na interação social, na fala e movimentos repetitivos.

“Em relação a interação é muito mais por eles terem dificuldade de interagir, na relação socioemocional. Pode haver dificuldade na comunicação verbal e não verbal e, também, dificuldade do contato visual. Sobre padrões restritos e repetitivos de comportamentos, interesses e atividades, existem as estereotipias motoras tanto com o corpo e com a mão, e estereotipias de discurso, que são as ecolalias. Existe também a hipersensibilidade, eles são mais sensíveis a sons, e às vezes eles tem também a hipossensibilidade (ausência de dor)”, explicou Catarina.

Diagnóstico

De acordo com a especialista, o atendimento inicial para diagnóstico de autismo pode ser realizado com um pediatra em qualquer Unidade Básica de Saúde (UBS). Após essa primeira avaliação, a criança será encaminhada para uma unidade da rede pública estadual para acompanhamento especializado.

“A partir do momento que os pais ou os responsáveis identificarem aspectos que de uma certa forma é diferente ou que não seja esperado, é importante que procure o pediatra. O pediatra acaba sendo esse profissional de porta de entrada para avaliar, para olhar, para analisar e para conversar com esses pais”, esclareceu.

Após avaliação clínica e o diagnóstico, a criança poderá ser encaminhada para acompanhamento multiprofissional, composto por neuropediatra, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo e fisioterapeuta.

“Não é que todo paciente vai precisar de todas essas especialidades, isso é algo que é visto pelo profissional. Cada ciência dessa vai cuidar de um aspecto. Para o autismo não existe um medicamento. É muito mais em relação às comorbidades, porque através de uma medicação que é prescrita para um paciente é possível fazer as intervenções. Se é um paciente que tem muita agitação, como é que eu vou fazer um trabalho psicomotor com ele? Então, depende do caso”, explicou Catarina.

Sobre o TEA

O autismo tem causas multifatoriais e existem fatores genéticos e ambientais, segundo a psicóloga. “Existem as causas genéticas, como a síndrome do X frágil, mas existem também questões ambientais, de acordo com os autores e pesquisas, como a questão do próprio estresse. Outros teóricos que nós já vimos, citam a questão da vitamina D, do ácido fólico que pode interferir na formação. São aspectos que podem, juntamente com os fatores genéticos, haver esse cruzamento”, afirmou a psicóloga.

O TEA é classificado em três níveis. O nível 1 (antigo nível leve), em que o paciente necessita de menos suporte; o 2 (antigo nível moderado) que existe apoio para a plena realização de atividades relacionadas à comunicação e interação social; e o nível 3 (nível severo) em que o auxílio é substancial por haver comprometimentos intensos nos domínios.

Rede de apoio

Para a psicóloga, o papel da equipe multiprofissional vai além de cuidar somente do paciente, pois também são necessários a conscientização e o acolhimento das famílias para que também se comprometam com o acompanhamento do paciente.

“A importância desse acolhimento que realizamos aqui é também no sentido de orientação parental, o que a gente também faz com os pais, cuidadores, responsáveis, a gente faz essas orientações. Trabalhando com as famílias cada vez mais vemos como eles estão articulados, estão se fortalecendo em rede e isso é muito importante”, destacou Catarina.

O diálogo entre os profissionais também é essencial para a formação de uma rede de apoio que reúna, além dos profissionais e das famílias, a sociedade, a fim de minimizar o estigma e o preconceito causado pelo desconhecimento do TEA.

“É importante sensibilizarmos a sociedade para cada vez mais as pessoas irem para além de um estereótipo e entenderem que ali tem uma pessoa com um potencial enorme que, às vezes, não fala, mas tem uma capacidade cognitiva imensa, de criação imensa. Quando nós conseguimos o contato visual de um paciente que não fazia esse contato é algo muito gratificante porque conseguimos entender como o nosso trabalho está fazendo diferença na vida daquelas pessoas”, contou a psicóloga.

*Com informações da assessoria

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Comentários:

  1. Importante falar da questão da alimentação que deve seguir uma dieta específica, já que muitos não apresentam determinadas enzimas que quebram moléculas, como no caso do glúten, por exemplo. Neste caso alguns alimentos são altamente inflamatórios e uma dieta adequada também auxilia no tratamento.
    Também Importante falar dos estudos com o CBD, o Cannabidiol têm se mostrado um excelente aliado ao tratamento, pois atua em nosso Sistema Endocannabinoide e pode reconstruir algumas ligações cerebrais, melhorando muito a cognição.

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