Manaus (AM) — O Comitê do Amazonas de Combate à Corrupção (CACC) abriu um abaixo-assinado contra o aumento do recesso parlamentar da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam). Pela alteração, a partir deste ano, os deputados estaduais terão trinta dias de recesso e não apenas duas semanas como anteriormente. O documento foi apresentado na quarta-feira (3).
Os deputados do Amazonas aprovaram, no dia 26 de junho, uma mudança no recesso parlamentar que elevou de 15 para 30 dias o recesso dos parlamentares.
O novo período de recesso foi aprovado por meio de um requerimento assinado pelo presidente Roberto Cidade (União Brasil), e pelos parlamentares que compõe a Mesa Diretora: Carlinhos Bessa (PV), Alessandra Campêlo (Podemos), Felipe Souza (PRD), João Luiz (Republicanos) e Abdala Fraxe (Avante).
Para o Comitê do Amazonas de Combate à Corrupção, a decisão do aumento de 15 dias é uma afronta à sociedade amazonense, pelo Amazonas se tratar de uma região com elevadas desigualdades sociais e altas taxas de pobreza.
“É público que mais de 70% dos municípios do Estado vivem praticamente do repasse de recursos federais, colocando o Amazonas como campeão na desigualdade social e de pobreza que alimentam, inclusive, a corrupção política”,
diz a nota da organização.
A preocupação com a proximidade do período de estiagem, que de acordo com especialistas ambientais, pode causar impactos negativos aos amazonenses na mesma proporção que a seca de 2023, que foi histórica pela severidade, também foi destacada pela comissão.
“Somam-se os precários serviços públicos nas áreas de Saúde e de Segurança. É preciso união de esforços para superar a pobreza material e os impactos, especialmente no período da estiagem que se avizinha”,
disse documento do Comitê.
De acordo com o grupo, o Poder Legislativo custa “caro” aos contribuintes, devido aos privilégios dos parlamentares.
“Solicitamos que a Aleam reveja o seu ato de ampliar o recesso parlamentar ou que o Ministério Público do Amazonas (MPAM) promova medidas judiciais necessárias. E cabe, mais uma vez, à sociedade ficar vigilante e cobrar dos parlamentares a ética e a defesa do bem comum, pois o voto não tem preço, tem consequências”, defende a organização.
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