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eleições 2024

PT e Psol mantêm impasse na escolha de pré-candidato a prefeito de Manaus

Partido Socialismo e Liberdade recusou apoiar a pré-candidatura de Marcelo Ramos

Manaus (AM) — A esquerda amazonense não conseguiu resolver um impasse entre partidos e segue com dois pré-candidatos na disputa à Prefeitura de Manaus. O Partido Socialismo e Liberdade recusou apoiar a pré-candidatura de Marcelo Ramos (PT) e decidiu seguir em candidatura própria e apoiar Natália Demes. Decisão aconteceu após o apoio declarado do Partido Democrático Trabalhista (PDT), da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil), formado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Partido Comunista do Brasil (PCdoB), Partido Verde (PV), e do Partido Socialismo e Liberdade (PSoL) a Ramos.

Apesar da decisão do Psol, o cientista político Carlos Santiago, afirma que essa impasse entre o Psol e os demais partidos ainda não está oficialmente definida. “Isso [a decisão de não apoiar Marcelo Ramos] não é definitivo, quem vai decidir sobre esse impasse dentro da Federação Rede-Psol será a direção nacional da federação. Até lá muitos encontros, muitas conversas, diálogos, até sair essa definição.”

No sábado (13), a Rede Sustentabilidade (Rede), partido da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, também anunciou o apoio a pré-candidatura de Marcelo Ramos.

O petista tenta reunir o campo progressista em Manaus a favor do seu nome, mas encontra resistência nas negociações, principalmente, com as lideranças estaduais.

“Queremos unir o campo progressista e democrático para oferecer a Manaus uma alternativa de compromisso com os mais pobres e em melhorar a vida das pessoas. Estou muito feliz com essa decisão, pois ela simboliza um traço de esperança. Acredito no futuro de Manaus e estamos construindo juntos com muito diálogo, respeito as diferenças e com a certeza de que é possível construir uma cidade para todos”,

disse Marcelo Ramos após a confirmação de sua pré-candidatura pela Comissão Executiva Nacional da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil).

Escolhido por Lula (PT) para disputar pela cidade de Manaus, onde o presidente foi derrotado pelo maior opositor, Jair Bolsonaro (PL), nas últimas eleições presidenciais, Marcelo Ramos respondeu ao questionamento sobre como o campo progressista em Manaus tem se desenhado para o pleito municipal de outubro.

“Eu acho que está caminhando para isso [ter apenas um representante], hoje, nós só temos um partido desalinhado disso, que é o PSoL; mas nós respeitamos o posicionamento, a liberdade e autonomia que o PSoL tem de apresentar uma candidatura. Nós respeitamos o valor que tem a candidatura da Natalia Demes, mas agora, vamos passar para um diálogo com eles para que eles possam compreender que o momento político não permite uma divisão”, disse.

Para o cientista politico, Carlos Santiago, essa estratégia de Marcelo Ramos de unir o campo progressista e democrático da esquerda, o que ocasiona na polarização de esquerda e da direita, pode não ser bem aceita pela população amazonense.

“Marcelo Ramos faz o jogo que interessa as esquerda, que é a unificação em torno do seu nome. Fortalece esse discurso de defesa do governo federal, fortalece esse discurso oposicionista contra o bolsonarismo, o problema reside no fato de que o eleitorado não queira uma candidatura com base política, que objetiva a polarização entre esquerda e direita, talvez a sociedade queira uma candidatura que discuta os problemas da cidade, em vez de querer um nome indicado pelo Bolsonaro ou pelo presidente Lula.”

Após a fala de Ramos sobre o partido, o Psol emitiu uma nota para reiterar o seu posicionamento que decidiu por candidatura própria nas eleições municipais deste ano. Embora a legenda viva conflito interno no diretório municipal, segundo a nota, o nome da advogada Natália Demes foi aprovado pela maioria dos membros de Manaus.

“Esta pré-candidatura representa o campo da esquerda e busca apresentar um projeto de ocupação popular nos espaços de decisão, além disso, visa à representatividade dos movimentos sociais, da militância e dos movimentos de base na política institucional”, diz um trecho da nota.

O Psol destacou, ainda, que a pré-candidatura de Natália Demes “é inegociável”.

Carlos Santiago afirma que nesse impasse entre os partidos, quem acaba “perdendo” é o Psol, por não ser um partido com tanta expressividade na cidade de Manaus.

“Nesse aspecto quem sai muito fragilizado nesse momento é o Psol, partido na cidade de Manaus, nanico, sem força política, que agora acabou sendo desautorizado pela rede sustentabilidade, a medida que a Rede busca o nome de Marcelo Ramos. Então Marcelo Ramos está fazendo jogo da união, afinando o discurso, mais até o momento da sociedade não aponta que quer uma polarização na eleição para prefeito da cidade de Manaus”,

afirma.

Apoio

No início do mês de junho, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) já havia aderido à pré-candidatura de Marcelo Ramos. Na semana passada, a pré-candidatura de Marcelo Ramos (PT), para prefeito de Manaus, foi confirmada pela Comissão Executiva Nacional da Federação Brasil da Esperança (FE Brasil). A decisão, que ocorreu na terça-feira (9), em reunião virtual entre membros da federação, formada pelo PT, PCdoB e PV, retirou então a pré-candidatura de Eron Bezerra (PCdB) da disputa pela prefeitura. 

“Quero agradecer o gesto de confiança do PT, PCdoB e PV e dizer que imediatamente liguei para o Eron [Bezerra, líder do PcdoB] para registrar a minha admiração e respeito pela firmeza de propósitos e compromissos que ele carregou durante a sua pré-campanha. E também dizer a ele a importância do engajamento dele e do PCdoB nessa jornada para o bem do povo de Manaus”,

pontua Marcelo Ramos, após anúncio de sua pré-candidatura.

A decisão veio após o anúncio de Eron Bezerra (PCdoB) de retirar sua pré-candidatura à Prefeitura de Manaus, na terça-feira (9). Em nota, Eron afirma que não teve outra opção a não ser retirar sua pré-candidatura, uma vez que a “Federação funciona como único partido e, portanto, não pode ter dois candidatos”.

Ele destacou que a decisão não significa o fim de suas aspirações políticas, mas sim um adiamento. “Esses sonhos, meus e seus, estão apenas adiados, pois eu jamais te abandonarei, Manaus. Por tudo que você já me deu, eu serei seu eterno devedor”, declarou.

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