Manaus (AM)- O Programa Cine Total da Web Tv Em Tempo entrevistou o crítico de cinema, Danilo Areosa. Ele, que também é psicólogo de formação, tem interesse por filmes do gênero B, filmes de horror, cinema de arte, além de escrever atualmente para o Cine Set.
Durante a entrevista, Danilo falou sobre o preconceito em relação aos filmes de terror e a atuação do crítico de cinema no Amazonas.
Como surgiu seu interesse para se dedicar à crítica de cinema? Como você é psicólogo, como faz para conciliar psicologia e cinema?
A psicologia se juntou ao meu interesse pelo cinema. Eu era um rato de locadora, sempre alugava filmes para assistir e essa paixão surgiu desde os cinco anos de idade. Então foi essa paixão foi crescendo. É interessante porque grande parte das críticas que eu faço para o filme eu tento colocar essa parte mais emocional, vamos dizer assim, da psicologia, olhar os filmes também com uma questão mais voltado para psicologia. Os contextos socioculturais que a gente muitas vezes assiste em alguns filmes e fazer uma análise de algumas simbologias que tão dentro do filme. Então, é complicado, eu trabalho como psicólogo. Eu digo até que nas horas formais eu sou psicólogo, nas horas informais assisto filmes.
Você tem preferência por filmes B, filmes de horror. Explica para que significa esses filmes B e por que escolheu esse caminho, até pelo lado psicológico da coisa.
Eu diria que tem esse lado psicológico, mas também tem um apreço ali àquele cinema que muitas vezes a gente não valoriza. Por exemplo, o gênero de horror é um tipo de gênero cinematográfico que tem poucas indicações de filmes, não é? Os próprios sites não dão muita preferência aos filmes de horror como se fosse uma coisa muito básica, muito vulgar. Então, esse tipo de filme sempre me interessou porque eles trazem nas entrelinhas questionamentos sociais, análises culturais daquele período naquela época. Então o cinema B são aqueles filmes produzidos de baixo orçamento, tem um lado autoral.
Você falou em questão do Óscar. Você acha que existe um preconceito da Academia com os filmes de terror?
Existe ainda um preconceito que o filme de terror é um filme muito básico, sem teor artístico, vamos colocar assim. Mas, a gente percebe que por exemplo, na década de oitenta, a academia começou a valorizar muito o filme de terror na parte da maquiagem. Tivemos filmes, por exemplo, o lobisomem americano em Londres que faturou o prêmio de maquiagem. Os efeitos visuais, a maquiagem, a gente pode dizer que deu uma crescida em transformar essa questão da violência eu uma coisa mais gráfica. Recentemente o Duna faturou. Então, a academia tem valorizado, juntamente com filmes de terror, as comédias, que ainda são muito pequenas. O grupo de ouro ainda valoriza o filme mais musical, a comédia em si. A academia tem valorizado, mas ainda está muito nesse campo técnico.
O que você acha que é preciso para o cenário da crítica amazonense ocupar mais espaços e aparecer mais a nível nacional?
Eu também tenho essa visão ainda que a gente está muito restrito a essa questão da discussão do cinema, pelo menos há um tempo atrás a gente tinha ainda clubes. A gente está passando por um processo e precisamos entender que tem essa questão política, da questão em cima da cultura. Então, a gente tem perdido terreno. Teve também a Covid que também dificultou isso. Então assim, eu vejo que a gente como crítico de cinema, precisamos valorizar as produções daqui e são produções audiovisuais muito boas. São iniciativas interessantes, como os editais culturais. Então, acho que são essas formas da gente fazer, com conexões políticas públicas, rodas, encontros e promover o cinema local.
Para encerrar, queria saber como uma pessoa pode se inserir no cenário do cinema, o que você indica?
A melhor dica que eu posso falar para quem gosta de cinema e quer seguir essa trilha, é ler bastante. Hoje a gente tem livros sobre cinema, análise semiótica, entre outras coisas. É sempre bom ter a leitura. Eu aprendi muito dos filmes indo na locadora. Assistia os filmes na locadora e começava a perceber isso. Então, assim, procurar ler, ver os vídeos, análise do filme, o olhar, o senso crítico também é muito importante. Acho que tem algumas pessoas que tem essa facilidade de captar de forma bem abstrata algumas coisas que o filme oferece e colocar no papel. Eu acho que quando você escreve, começa a escrever ali, rede social hoje. Sempre tem alguém observando. Às vezes você acha que ninguém vai olhar e ali você deixa um comentário você deixa uma fala, alguém está vendo e pode falar “poxa, não tinha percebido isso” e isso vai desenvolvendo também o teu olhar crítico.
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