Geograficamente um estado complexo e isolado, o Amazonas é hoje a maior vítima do descaso do Governo Federal. É o que se pode aferir com mais uma decisão intempestiva do presidente da República, Jair Bolsonaro, contra a Zona Franca de Manaus, mais precisamente contra o polo de concentrados de refrigerantes do modelo.
Ao zerar o IPI dos concentrados de bebidas, o governo, sob a influência do ministro da Economia, Paulo Guedes, grande aliado do parque industrial paulista e arqui-inimigo dos incentivos fiscais da ZFM, toca de vez o terror da insegurança jurídica no PIM, tentando afugentar empresas responsáveis por milhares de empregos em Manaus.
O terror, vale ressaltar, já afugentou, no início de março deste ano, a empresa multinacional de bebidas Heineken, que deixou o PIM para se instalar na cidade de ITU, São Paulo, onde já produz refrigerantes e desfruta de grandes vantagens logísticas.
Com os incentivos zerados, outras empresas, como Coca-Cola e Ambev, certamente avaliarão a situação e, se o Supremo Tribunal Federal não se manifestar logo acerca das ações movidas pelo Governo do Estado, certamente arrumarão as malas e irão embora para outros centros ou, mesmo, para fora do país.
Atento ao drama, o governador Wilson Lima já confirmou que ingressará novamente no STF, desta vez para defender a indústria de concentrados do PIM. Sem benefícios tributários, a indústria se enfraquecerá e as empresas, desencorajadas, não terão mais interesse em permanecer em Manaus, migrando para onde lhe acenarem com importantes privilégios fiscais. Perderá o Amazonas. Vencerão aqueles que, em vez de combater, acirram as desigualdades regionais.
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