Manaus (AM) – Na manhã desta terça-feira (3) a sede do Governo do Amazonas foi palco de um ato que marcou a união de entidades estudantis e docentes em defesa da Zona Franca de Manaus e da Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Durante o protesto, os manifestantes ergueram uma faixa de 15 metros que tomou toda a avenida Brasil, no bairro da Compensa, e distribuíram panfletos com informações sobre os ataques do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Polo Industrial.
Na semana passada foram publicados dois decretos federais que zeraram a alíquota do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos concentrados de refrigerantes e aumentaram em 35% a redução do IPI para produtos em geral (com algumas exceções para a Zona Franca).
As medidas atingem não só o Polo Industrial, mas também a UEA, financiada integralmente através da Contribuição para o Desenvolvimento do Ensino Superior, fundo alimentado por empresas da Zona Franca.
“É um ato simbólico, o primeiro passo que estamos dando na retomada dessas conquistas, principalmente para impedir que sejam vilipendiadas pela gestão federal. Buscamos com isso sensibilizar a população, pois as pessoas precisam entender que todos serão atingidos, não apenas o Polo Industrial e a UEA”, afirma a presidente do Sindicato dos Docentes da Universidade do Estado do Amazonas (Sind-UEA), Márcia Medina.
A faixa erguida pelas entidades trazia frases como “UEA ameaçada”, “Educação não é mercadoria” e “Chega de calote”. O presidente do Diretório Central dos Estudantes da UEA (DCE-UEA), João Paulo Queiroz, também integrou a ação. Ele destacou os riscos do decreto presidencial na Zona Franca e consequentemente no ensino da universidade e na vida dos alunos.
“Como um efeito dominó, esse decreto que prejudica a Zona Franca vai atingir a UEA, universidade essa que alcança mais de 14 mil alunos do nosso Amazonas, seja na capital ou nos interiores. Nós não podemos nos calar diante do decreto que está tentando esvaziar a Zona Franca. Esse foi apenas um dos atos, mas pretendemos realizar novos”, disse o ativista.
O Sind-UEA aproveitou o ato para lembrar do congelamento salarial que atinge os docentes há sete anos, além da falta de pagamento de retroativos que são de direito dos professores. Estudo encomendado pelo sindicato junto ao Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) aponta perdas salariais de mais de 40% para a categoria.
União
A presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Ana Cristina, ressaltou que os decretos federais afetam também os trabalhadores das escolas estaduais. “Isso tudo vai resultar no povo do Amazonas sem trabalho. Seremos os mais prejudicados com essa redução do IPI e somos totalmente contra. Queremos que o Supremo Tribunal Federal tenha a sensibilidade ao julgar, pois, fará com que o Amazonas tenha esperança de novo”, comentou ela.
As entidades que integraram o ato já falam em novos protestos para continuar a pressão sobre o governo do Amazonas. Participaram da ação desta terça-feira o Sindicato dos Docentes da UEA (Sind-UEA); o Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam); o Diretório Central dos Estudantes da UEA (DCE-UEA); a Associação dos Docentes da Ufam (Adua); a Associação dos servidores da UEA (Assua); e o Diretório Acadêmico da Escola Superior de Artes e Turismo da UEA (Esat).
*Com informações da assessoria
Leia mais:
Bolsonaro diz que serão convocados 1.250 novos agentes para PF e PRF
Deputada Alessandra pauta investimentos na saúde e assistência social de Manicoré
“Guedes fomenta o mercado internacional ao invés do brasileiro”, critica vereador Elan Alencar
Para ficar por dentro de outras notícias e receber conteúdo exclusivo do portal EM TEMPO, acesse nosso canal no WhatsApp. Clique aqui e junte-se a nós! 🚀📱