MANAUS (AM) – Teatro, resistência e acolhimento sobem ao palco do Teatro Gebes Medeiros nesta sexta-feira (13/06), às 20h, com a única apresentação do espetáculo “Sebastião” em Manaus neste mês.
A peça é uma criação do grupo amazonense Ateliê 23 e transforma o teatro em um manifesto vivo de identidade, afeto e memória LGBTQIAPN+.
Inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, de Bosco Fonseca, a montagem resgata histórias que habitam o imaginário coletivo de quem já amou, já chorou ou já foi marginalizado por ser quem é.
Com classificação de 18 anos, os ingressos estão disponíveis no site ShopIngressos e no perfil do grupo no Instagram (@atelie23), a R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia). Também serão vendidos presencialmente uma hora antes do espetáculo.
Acolhimento e arte como resistência
Na fila do teatro, o público é recebido por Angel, personagem vivida pelo bailarino e ator Andiy. Ela é glamour, luz e coragem.
“A Angel é um furacão. Sabe que é linda, poderosa, que chega e ocupa. Ela exala vivacidade”, define o intérprete, que estreia como ator no espetáculo.
Segundo Andiy, Sebastião tem provocado emoções profundas em cada cidade por onde passa. Em Brasília, no Festival Cena Contemporânea, ele viveu um dos momentos mais marcantes da carreira:
“Um rapaz me abraçou chorando, dizendo que passou por algo parecido em casa. Disse que não se sentiu sozinho. Isso vale tudo.”
Da dor ao palco: a força de uma peça que acolhe
A obra nasceu em 2021 como resposta a ataques de ódio sofridos pelos artistas do Ateliê 23. A peça, então, virou uma trincheira poética. “Sebastião” é também um tributo ao santo homônimo, patrono da comunidade LGBTQIAPN+, reimaginado em cena como símbolo de força, fé e diversidade.
Além de Angel, o espetáculo apresenta outras seis drag queens em cena: Carmencita, Little Drag, Chica, Vênus, Lady Sinty e Sebastiane, interpretadas por Taciano Soares, Eric Lima, Francis Madson, Elias Difreitas, Jorge Sabóia e José Holanda. A dramaturgia é assinada por Eric Lima e Daphne Pompeu.
Criação coletiva e trilha original
Em processo criativo baseado na experimentação — cada personagem surge do corpo e da vivência de seus intérpretes.
“Angel é uma extensão do Andiy, só que mais potente. Eu precisei enfrentar minhas inseguranças para criar essa força em cena”, comenta o ator.
A trilha sonora original do espetáculo também está disponível nas plataformas digitais, com faixas como “Toda La Noche”, “Baby Gay” e “Sou Todo Amor”.
A direção musical é de Guilherme Bonates, ao lado de Luana Aranha (baixo), Mady (guitarra), Bruno Rodriguez (teclado) e os próprios intérpretes da peça.
Apoio e produção cultural
Com figurinos assinados por Andiy, Eric Lima e Francis Madson, Sebastião conta ainda com Daphne Pompeu na dramaturgia, Emily Danali na assistência de direção, Lore Cavalcanti e Paulo Martins na iluminação e Manuella Barros na assessoria de imprensa.
O projeto é uma realização do Ateliê 23, com apoio do Itaú Cultural, através do Programa Rumos, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC-AM), da Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e do Ministério da Cultura, via Funarte.
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